Nove marinheiros morreram e quatro estão desaparecidos após seu barco pesqueiro naufragar na região das Ilhas Malvinas, no Atlântico Sul, segundo um novo balanço divulgado nesta quarta-feira (24) pelas autoridades da Espanha, de onde vinha parte da tripulação. 

“O balanço da situação até o momento é o seguinte: há 14 sobreviventes com ferimentos leves, nove pessoas mortas e quatro desaparecidas”, disse Pedro Blanco, delegado do governo espanhol na região da Galícia, em entrevista coletiva, afirmando que estava baseando sua declaração em informações fornecidas pelas autoridades das Malvinas.

As Malvinas (Falklands para os britânicos), um arquipélago cuja soberania é reivindicada pela Argentina e pelo Reino Unido, não anunciaram publicamente o número de vítimas do naufrágio do barco pesqueiro “Argos Georgia”, com 27 tripulantes.

Os 14 sobreviventes, treze em um barco e um em outro, estavam a caminho do porto de Stanley, nas Malvinas, onde deveriam chegar na tarde de quarta-feira, disse Blanco.

Stanley (Puerto Argentino para Buenos Aires) é a capital do arquipélago no Atlântico Sul, a 400 quilômetros da costa argentina e a quase 13.000 km do Reino Unido.

Dos 27 membros da tripulação, dez eram espanhóis, oito russos, cinco indonésios, dois uruguaios e dois peruanos, disse Blanco.

Dois dos espanhóis morreram e dois estão desaparecidos, informou a prefeitura da Galícia, região do noroeste da Espanha de onde vinham as duas vítimas fatais.

“A causa do naufrágio é desconhecida até o momento, mas “parece que foi de fato causado por um vazamento no casco do navio”, acrescentou Blanco.

De acordo com as autoridades das Falklands, o naufrágio ocorreu na tarde de segunda-feira “a cerca de 200 milhas náuticas (370 quilômetros) a leste de Stanley”, disse o governo do território britânico em um comunicado publicado no Facebook.

- Condições climáticas “extremamente difíceis” -

Os “27 membros da tripulação da traineira Argos Georgia foram forçados a abandonar o navio pouco depois das 16H00 [19H00 GMT] e alguns membros da tripulação embarcaram em botes salva-vidas”, disse o governo das Malvinas.

Aviões das Forças Britânicas das Ilhas do Atlântico Sul (BFSAI) avistaram os barcos e conseguiram localizá-los.

Um barco de patrulha, o “FPV Lilibet”, e dois barcos de pesca foram alertados e se dirigiram para a área.

Poucas horas antes, as autoridades do arquipélago haviam descrito as condições climáticas “extremamente difíceis” do inverno do sul, que impossibilitaram o resgate da tripulação por helicóptero na segunda-feira, apesar de duas tentativas.

Robert Ervik, proprietário do barco de pesca com bandeira de Santa Helena, confirmou à AFP que a embarcação começou a afundar na segunda-feira.

As ilhas foram palco em 1982 de uma guerra de 74 dias, que resultou na rendição das tropas sul-americanas no arquipélago e um balanço de 649 argentinos e 255 britânicos mortos. 

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