Um grupo armado não identificado mantém sequestradas 13 pessoas em uma área rural perto da fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, denunciaram uma autoridade local e o órgão estatal de direitos humanos na terça-feira (23).
"Temos o sequestro e o desaparecimento de 18 pessoas, das quais já foram encontrados pela Defensoria do Povo cinco meninos e meninas", disse à Blu Radio Henry Gallardo, prefeito de Puerto Rondón, município colombiano a cerca de 100 km da Venezuela.
A Defensoria, entidade que zela pelos direitos humanos, confirmou que na área há "pessoas desaparecidas (...) por causa da incursão, em 20 de julho passado, de uma estrutura armada ilegal".
Segundo Gallardo, nesta zona estão presentes insurgentes do Exército de Libertação Nacional (ELN) e rebeldes que se distanciaram do acordo de paz que desarmou as Farc em 2017.
"Chegaram às casas e levaram [os moradores] aos grupos que estão no setor. Até agora nenhuma" destas organizações reivindicou o sequestro, de acordo com a autoridade local.
O ELN mantém negociações de paz com o presidente Gustavo Petro, e combinou uma trégua que expira em agosto.
Uma facção de dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia também negocia um cessar-fogo com o governo.
- "Presos" -
A Defensoria do Povo encontrou cinco menores, com idades entre dois e 12 anos, "confinados em uma fazenda na zona rural de Puerto Rondón", segundo comunicado. Apesar disso, ainda "não se sabe o paradeiro de vários (moradores) locais, incluindo menores", acrescentou a entidade.
Segundo Gallardo, os autores do sequestro "levaram os pais e deixaram os filhos na fazenda El Lucero, não sabemos por que motivos".
Oscar Vanegas, representante de Puerto Rondón, garantiu à W Radio que dois dos sequestrados o contactaram e disseram que estavam "presos" em uma fazenda.
A Defensoria do Povo também informou que 100 pessoas se deslocaram para duas cidades próximas.
Em Puerto Rondón, há um conflito entre ELN e dissidentes das Farc. "Alguns dizem que é por causa das vacinas (extorsões), outros dizem que é por causa das rotas de tráfico de drogas", disse o prefeito, acrescentando que "as forças militares já estão no território garantindo a segurança".
Petro, o primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia, tenta colocar fim a um conflito armado que se estende por seis décadas com grupos criminosos armados e guerrilhas.
A oposição denuncia, por sua vez, que as tréguas negociadas com algumas destas organizações debilitaram a ordem pública.
"Este ano já são 76 mortos. Não podemos continuar negociando em meio às balas", criticou o prefeito de Arauca, Juan Quenza, região vizinha de Puerto Rondón.
O deputado Hernán Camacho pediu em um vídeo publicado nas redes sociais que o alto comissário da Colômbia para a paz, Otty Patiño, "marque presença urgente" na região.
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