Várias organizações ambientalistas realizaram, nesta quarta-feira (24), atos de protesto em aeroportos europeus, que terminaram no Reino Unido com a prisão de dez ativistas do Just Stop Oil, grupo britânico que defende a eliminação dos combustíveis fósseis até 2030.

"A queima contínua de petróleo, gás e carvão, no momento em que estamos cruzando pontos de inflexão irreversíveis que ameaçam descontrolar nosso clima de forma acelerada põe em risco a estabilidade da qual toda a nossa sociedade depende", declarou, em nota, o Just Stop Oil. 

"Nossos dirigentes políticos devem agir para proteger a população e trabalhar juntos com outros países com o objetivo de estabelecer um tratado juridicamente vinculante para deter a extração" e o uso de combustíveis fósseis até 2030, acrescentou o grupo.

A polícia londrina informou a detenção de dez ativistas, inclusive sete no aeroporto de Heathrow, o maior da Europa, sob a acusação de  "complô para interferir em uma infraestrutura-chave nacional".

No aeroporto alemão de Colônia, ativistas do Letzte Generation (Última Geração) conseguiram invadir as pistas e provocaram a interrupção do tráfego aéreo por quatro horas, segundo um comunicado em separado transmitido pelo Just Stop Oil, em nome do grupo Oil Kills.

O coletivo Oil Kills acrescentou que três ativistas entraram nas pistas do aeroporto de Oslo, antes de serem expulsos pela polícia, sem detenções.

Nove militantes bloquearam brevemente os controles de segurança do aeroporto finlandês de Helsinque, enquanto no aeroporto de Barcelona, cinco militantes foram interceptados antes de conseguirem chegar às pistas, segundo a mesma fonte.

Em Zurique e Genebra, os militantes bloquearam as vias de acesso aos aeroportos.

Quatro ativistas também espalharam uma substância alaranjada na chapelaria do aeroporto de Viena, enquanto outros dois atrasaram a decolagem de um avião com destino a Roma, ao se negarem a se sentar antes da partida enquanto falavam sobre o aquecimento global, afirmou o braço austríaco do movimento Última Geração.

O observatório do clima europeu Copernicus informou, nesta quarta-feira, que a segunda, 22 de julho, foi o dia mais quente já registrado no mundo desde o início dos registros em 1940, superando o recorde batido na véspera.

Os primeiros dados do Copernicus mostram uma temperatura média mundial de 17,15°C na segunda-feira, 0,06°C a mais que no domingo, dia que já tinha batido o recorde diário de temperatura mais alta já registrada.

O serviço europeu previu que os recordes diários seriam superados este verão no hemisfério norte e que o planeta passaria por um período particularmente longo de altas temperaturas devido às mudanças climáticas.

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