A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou, nesta quarta-feira (24), que 15 menores e um adulto da Faixa de Gaza, território palestino devastado pela guerra com Israel, estão viajando do Egito para a Espanha para receber tratamento médico urgente.

As crianças, com idades entre 3 e 17 anos, e a mãe de uma delas receberão assistência médica na Espanha, indicou a agência da ONU.

"Essas crianças, muito doentes, receberão o tratamento de que precisam graças à cooperação entre vários parceiros e países", assegurou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em um comunicado.

Os doentes estavam hospitalizados no Egito há vários meses, após serem evacuados de Gaza, detalhou a agência, acrescentando que eram apenas alguns dos milhares de crianças e adultos que necessitam de cuidados médicos especializados fora do território palestino.

O diretor-geral da OMS, elogiando o apoio e as facilidades proporcionadas pelo Egito e pela Espanha, instou "outros países que tenham a capacidade e as instalações médicas necessárias a acolher pessoas que, sem culpa alguma, estão presas nas garras desta guerra".

As crianças, acompanhadas por 25 membros de suas famílias e outras pessoas que cuidam delas, estavam no Egito antes de 6 de maio, data em que o posto fronteiriço de Rafah foi fechado, tornando as evacuações praticamente impossíveis.

Desde então, apenas 23 pessoas foram evacuadas através do posto fronteiriço de Kerem Shalom, situado muito perto, indicou a OMS.

Desde que a guerra em Gaza estourou após o ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro no sul de Israel, cerca de 5 mil pessoas foram evacuadas para receber tratamento médico fora do território. Mais de 80% delas foram tratadas no Egito, Catar e Emirados Árabes Unidos.

Pelo menos 10 mil pessoas estão aguardando uma evacuação médica urgente da Faixa de Gaza, segundo a OMS.

As crianças evacuadas "são apenas a ponta do iceberg", declarou Hanan Balkhy, diretora regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental.

"O fato de que pessoas gravemente doentes recebam o tratamento médico de que necessitam não deveria ser notícia, mas constituir uma rotina de cooperação mundial", disse Tedros.

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