O governo da Hungria, afundado em uma situação financeira complicada, pediu um empréstimo de 1 bilhão de euros (6,1 bilhões de reais) aos bancos chineses, informou a Agência Nacional da Dívida (AKK) nesta quinta-feira (25). 

Esse acordo, concluído em abril com o banco estatal China Development Bank, o banco de importação e exportação da China e a filial húngara do Bank of China Limited, "permitirá financiar o desenvolvimento de projetos de infraestrutura e de energia", indicou a agência em um comunicado, confirmando as informações do site financeiro Portfolio.

O empréstimo, cujas condições não foram reveladas, é de três anos. 

A Hungria teve que adiar este ano vários investimentos públicos devido a um crescimento econômico fraco e aos fundos europeus bloqueados. Bruxelas congelou bilhões de euros por causa das dúvidas sobre o estado da democracia e a corrupção, que cresce no país. 

Atualmente, o déficit chega a 4,5% do PIB, o que supera o limite dos 3% estabelecidos pelo Pacto de Estabilidade. 

Em junho, a Comissão Europeia anunciou que abriu um procedimento disciplinar contra a Hungria, e contra outros seis países, por não respeitar as regras financeiras do bloco relativas ao nível de seus déficits orçamentários. 

Sob o comando do primeiro-ministro nacionalista Viktor Orban, no poder desde 2010, a Hungria estreitou seus vínculos com a China, que se tornou o principal investidor neste país da Europa central no ano passado. 

Xi Jiping foi recebido em maio em Budapeste, onde elogiou as relações bilaterais entre os dois países. 

E Orban, cujo país assumiu este mês a presidência rotativa da União Europeia, viajou em 8 de julho a Pequim no marco de uma "missão de paz" com o objetivo de encerrar a guerra na Ucrânia. 

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