A vítima, Sonya Massey, e o policial, Sean Grayson, -  (crédito: Reprodução)

A vítima, Sonya Massey, e o policial, Sean Grayson,

crédito: Reprodução

Uma mulher negra foi morta a tiros por um policial dentro de casa. Sonya Massey tinha 36 anos e, pouco antes, ligou para a emergência denunciando uma invasão de propriedade. Ela estava desarmada e segurava uma panela de água quente no momento dos disparos. O assassinato aconteceu em 6 de julho e agora foram liberadas as imagens da câmera corporal do policial que atirou três vezes contra a mulher. 


O promotor do caso disse que Sonya Massey estava em tratamento de transtornos mentais. Os policiais disseram que ela chamava o nome de Deus desde a chegada dos policiais e pediu a Bíblia quando os agentes estavam em sua casa. O homem que atirou em Sonya é Sean Grayson, que está preso desde a semana passada. Ele se diz inocente das acusações de homicídio em primeiro grau, agressão agravada com arma de fogo e má conduta oficial.

 


Segundo as autoridades, Sonya ligou para a polícia com medo de um possível invasor de propriedade. Dois policiais foram enviados ao local. A mulher levou três minutos para abrir a porta e, ao dar de cara com os homens, pediu para que não a machucassem. 



Os agentes andaram ao redor da casa e comprovaram não haver ninguém no terreno. Eles encontraram na entrada um SUV preto com vidros quebrados, que Sonya disse que não sabia de quem era. Ela parecia confusa e repetiu que precisava de ajuda.


Durante a abordagem, os policiais pediram para que Sonya mostrasse um documento de identificação. Foi então que ela e os dois homens entraram na casa para que ela apresentasse a documentação. Dentro da casa, os oficiais pareciam impacientes enquanto ela se sentava no sofá e procurava na bolsa a identidade. O policial Sean Grayson, então, a lembrou de uma panela que estava no fogão.


Já com a panela em mãos, ela e o policial riram. Inesperadamente, Sonya ficou séria. “Eu te repreendo em nome de Jesus”, gritou. O policial ameaça que, se ela jogasse a água fervente, iria atirar no rosto dela. Ele puxou a arma e apontou, exigindo que a mulher soltasse a panela. 




Sonya se abaixou e se levantou brevemente, o que fez o policial disparar contra a cabeça da mulher. No momento dos disparos, Grayson estava na sala de estar, de onde via a mulher na cozinha, atrás de um balcão.  Na versão da promotoria, a separação proporcionou que o policial tivesse distância e cobertura suficientes da mulher e da panela de água quente. Após o tiro, ele tentou impedir o comparsa de pegar o kit médico para fazer os primeiros socorros na vítima.


"Você pode pegar, mas é um tiro na cabeça. Não há nada que você possa fazer, cara”, disse. Vendo que Sonya estava respirando, ele voltou atrás. Segundo o julgamento, Grayson disse que a mulher "tinha água fervente e veio até mim, com água fervente. Ela disse que ia me repreender em nome de Jesus e veio até mim com água fervente." O policial foi demitido e segue preso. 

 

Manifestações 

O assassinato levou a uma onda de revolta das redes sociais. “Ele tirou uma mãe, uma filha e uma vida inocente. Ele riu e depois a chamou de vadia maluca mais tarde. Que Sonya Massey descanse em paz e que ela e sua família obtenham justiça. Não deixe o mundo esquecer que uma mulher negra desarmada foi morta novamente em sua própria casa pela polícia”, disse um perfil no X. Protestos também estão sendo realizados em várias partes do país. 



O presidente Joe Biden veio a público lamentar a morte. Ele disse que ele e a primeira-dama, Jill Biden, estavam orando pela família de Sonya "enquanto enfrentam essa perda impensável e sem sentido" e que os familiares merecem justiça. 


"Quando pedimos ajuda, todos nós, como americanos, independentemente de quem somos ou onde vivemos, deveríamos poder fazer isso sem temer por nossas vidas. (...) A morte de Sonya nas mãos de um policial nos lembra que, com muita frequência, os americanos negros temem pela sua segurança de maneiras que muitos de nós não tememos", declarou.