A empresa ferroviária francesa SNCF anunciou nesta sexta-feira (26) que sofreu um "ataque maciço" para "paralisar" sua rede de alta velocidade, afetando 800 mil passageiros poucas horas antes da abertura dos Jogos Olímpicos de Paris. 

A SNCF "foi vítima esta noite de vários atos mal-intencionados e simultâneos que afetaram as linhas de alta velocidade do Atlântico, Norte e Leste", afirmou o grupo em comunicado, no qual especificou que "incêndios criminosos foram provocados para danificar instalações". 

Por isso, a circulação dos trens de alta velocidade (TGV, na sigla em francês) nestes três eixos foi "muito alterada". 

Uma fonte próxima à AFP disse que se trata de uma "sabotagem" coordenada, uma série de atos cometidos de forma "sistemática".

"Estamos desviando alguns trens para a linha clássica, mas teremos que cancelar um bom número" deles, disse a SNCF. A linha de alta velocidade do sudeste não foi afetada. 

A empresa destacou equipes para verificar os problemas e "iniciar os reparos", mas a situação pode durar "pelo menos todo o fim de semana". 

O ministro delegado dos Transportes, Patrice Vergriete, denunciou um "ato criminoso escandaloso" que terá "fortes consequências" no tráfego ferroviário. 

Em Bordeaux, o jornalista esportivo Baptiste Leduc viu seu dia de trabalho "ruir" a poucas horas da cobertura da cerimônia de abertura dos Jogos. 

Seu trem, com um atraso previsto de mais de três horas, "tem todos os motivos" para não circular hoje, disse ele. 

Pensou em pegar um ônibus como alternativa. "Começou uma corrida para a rodoviária, muita gente deve ter tido a mesma ideia", disse. 

"Todos os clientes serão informados, por SMS, sobre a circulação dos seus trens", afirmou a SNCF, que aconselhou "os passageiros a adiarem suas viagens e não irem para a estação". 

Os ingressos podem ser trocados ou restituídos. O ataque também afetou trens da Eurostar provenientes de Londres e Bruxelas, anunciou a empresa em seu site.

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