O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou nesta sexta-feira (26) a prisão de um dos co-fundadores do cartel de Sinaloa e de um filho de Joaquín "El Chapo" Guzmán, que comparecerão à Justiça "nos próximos dias".

Em comunicado, Biden elogiou o trabalho dos agentes que prenderam "dois dos líderes mais notórios do cartel de Sinaloa, uma das empresas mais mortais do mundo".

Trata-se de Ismael "Mayo" Zambada, de 76 anos, co-fundador do cartel, que nunca foi preso.

A agência federal antidrogas americana (DEA) oferecia US$ 15 milhões (R$ 79 milhões na cotação atual) por qualquer informação que permitisse prender o líder.

O outro é Joaquín Guzmán López, filho do famoso traficante de drogas "El Chapo" Guzmán. 

O México alega que não participou da operação. Em sua coletiva de imprensa matinal, o presidente, Andrés Manuel López Obrador, pediu a Washington "um relatório completo" porque "deve haver transparência".

Os detidos comparecerão a "um tribunal federal nos próximos dias", afirmou o secretário de Justiça americano, Merrick Garland, em um vídeo divulgado nesta sexta-feira.

"El Mayo" enfrenta acusações por "tráfico de fentanil, lavagem de dinheiro, crimes com armas de fogo, sequestro e conspiração para cometer assassinato" e Guzmán López, por "tráfico de grandes quantidades de cocaína, heroína e metanfetamina, entre outras drogas".

- Famílias desfeitas -

"Muitos cidadãos perderam a vida devido ao flagelo do fentanil. Muitas famílias foram desestruturadas e sofreram por causa desta droga destrutiva", lamentou Biden.

Este opioide sintético 50 vezes mais forte que a heroína causou mais de 70 mil mortes por overdose em 2023 nos Estados Unidos, segundo dados oficiais. 

A prisão dos traficantes de drogas ocorreu em um aeroporto de El Paso, no Texas, em circunstâncias cujos detalhes não foram divulgados oficialmente.

A imprensa americana que cita fontes policiais garante que López Guzmán convenceu "El Mayo" a viajar com ele sob falsos pretextos. O avião deveria pousar no norte do México, mas continuou rumo aos Estados Unidos.

Segundo um relatório da DEA publicado em maio, "Los Chapitos", como são conhecidos os filhos de "El Chapo", estão travando "uma batalha interna contra o ex-parceiro de seu pai, Ismael Zambada García", envolvido no tráfico de drogas desde a década de 1970. 

"Ele não goza de boa saúde, o que põe em dúvida a liderança de sua facção", acrescenta a agência sobre "El Mayo".

Em maio, homens armados emboscaram e assassinaram Eliseo Imperial Castro, conhecido como "Cheyo" Ántrax, sobrinho de "El Mayo". 

Os Estados Unidos acusam o cartel de Sinaloa de fabricar fentanil "em massa" em laboratórios clandestinos no México com produtos químicos provenientes da China.

"Eles têm parceiros nos Estados Unidos para distribuir drogas nas ruas e nas redes sociais" e "usam organizações chinesas para transferir seus lucros" ao México e para a lavagem de dinheiro, segundo Anne Milgram, diretora da DEA.

"El Mayo" e Guzmán López se juntam a uma lista de líderes e associados do cartel de Sinaloa detidos pelos Estados Unidos, especialmente "El Chapo", que cumpre pena de prisão perpétua, bem como outro de seus filhos, Ovidio Guzmán, e um dos principais assassinos da organização, Néstor Isidro Pérez, conhecido como "Nini".

bur-erl/db/yr/aa