A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, reconheceu neste sábado (27) que será difícil derrotar Donald Trump nas eleições de novembro, mas afirmou que sua recém-lançada campanha presidencial prevalecerá sobre as "graves mentiras" de seu rival republicano.
Enquanto Trump se preparava para participar de uma conferência sobre bitcoin no estado do Tennessee, Harris participava de um evento de arrecadação de fundos em Pittsfield, Massachusetts, com convidados famosos como o cantor e compositor James Taylor e a violoncelista Yo-Yo Ma.
"Somos os menos favoritos nesta corrida, mas esta é uma campanha impulsionada pelo povo", disse à multidão no evento, que segundo sua equipe arrecadaria 1,4 milhão de dólares (R$ 7,9 milhões).
"Talvez tenham notado que Donald Trump tem recorrido a algumas mentiras graves sobre meu histórico. E algumas das coisas que ele e seu companheiro de chapa estão dizendo, bem, são simplesmente estranhas", afirmou.
Em uma de suas recentes intervenções em uma convenção religiosa, Trump acusou Harris de ser antissemita e de querer permitir o assassinato de bebês recém-nascidos.
"Ela não gosta dos judeus. Ela não gosta de Israel. É assim que as coisas são", disse o republicano sobre a vice-presidente, cujo marido é judeu.
Em uma de suas afirmações mais exageradas, acusou Harris de querer consagrar mediante uma lei federal o direito de "arrancar o bebê do útero no oitavo ou nono mês e até mesmo executar o bebê após o nascimento".
- Momento favorável -
Trump, de 78 anos, que agora é o candidato presidencial mais velho da história, luta para reorientar sua estratégia eleitoral contra alguém duas décadas mais jovem, depois que o presidente Joe Biden, de 81 anos, retirou-se da corrida devido a preocupações sobre suas capacidades físicas e mentais.
Para se tornar a primeira mulher presidente na história dos Estados Unidos, Harris deve rapidamente montar uma campanha que faça frente a um oponente que está em modo de reeleição praticamente desde que assumiu a presidência em 2016.
A candidatura tardia de Harris à Casa Branca começou com um momento inicial favorável, pois as pesquisas já mostram um cenário mais acirrado e uma recuperação democrata em relação a Trump, em comparação com os números que Biden apresentava.
Harris já obteve o apoio de pesos pesados democratas como o próprio Biden e, mais recentemente, Barack e Michelle Obama.
"Honremos a mulher e o momento, e que nosso fervoroso apoio seja o vento em suas velas. Nossas esperanças vão com ela e ela nos representa a todos", disse James Taylor ao apresentar Harris no Colonial Theater de Pittsfield.
- Trump, entusiasmado com criptomoedas -
Em seu evento deste sábado, Trump abordou com entusiasmo em seu discurso à indústria das criptomoedas, que anteriormente havia classificado como "fraude".
"Esta é a indústria do aço de há 100 anos", disse Trump na conferência sobre bitcoin. "Acho que estão em sua infância".
"Se as criptomoedas vão definir o futuro, quero que sejam mineradas, cunhadas e fabricadas nos Estados Unidos", disse em meio a uma ovação, pedindo que os Estados Unidos sejam "a capital das criptomoedas do planeta".
Ele também disse que voltará a realizar comícios ao ar livre com proteção adicional do Serviço Secreto, duas semanas depois de ter sido ferido em uma tentativa de assassinato durante um evento de campanha.
"Continuarei realizando eventos ao ar livre e o Serviço Secreto concordou em intensificar substancialmente suas operações. São muito capazes de fazer isso", disse Trump em sua plataforma Truth Social.
"Ninguém deve jamais ser permitido impedir ou suprimir a liberdade de expressão ou de reunião", acrescentou.
Seus comentários vieram após relatos de que o Serviço Secreto encorajou a campanha de Trump a deixar de agendar eventos de campanha ao ar livre e optar por grandes estádios cobertos.
Trump ficou ferido depois que um homem de 20 anos atirou nele durante um comício ao ar livre em Butler, Pensilvânia, em 13 de julho, matando uma pessoa e ferindo outras duas.
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