A agência estatal russa TASS declarou neste domingo (28) que a organização dos Jogos Olímpicos de Paris retirou a credencial de quatro de seus jornalistas, após os comunicadores terem assistido às primeiras competições.

A TASS informou que a retirada das credenciais, essenciais para cobrir as modalidades esportivas e acessar a Vila Olímpica, foi "completamente inesperada", uma vez que os jornalistas puderam entrar na França e assistir à abertura na sexta-feira e a outros eventos.

"O Comitê Organizador de Paris-2024 (...) justificou a decisão com base nas autoridades francesas, mas não mencionou qualquer censura ou razão para tal decisão", afirmou a agência em comunicado. 

O Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Ministério das Relações Exteriores da França não responderam aos pedidos de contato da AFP.

Um dos jornalistas, Artyom Kuznetsov, estava cobrindo sua sétima edição de Jogos Olímpicos, segundo a TASS.

Semanas antes, vários jornalistas russos tiveram o seu credenciamento negado. A porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, declarou à agência estatal que "para (o presidente Emmanuel) Macron e seu entorno, respeitar os direitos dos jornalistas e garantir a liberdade de expressão são expressões vazias".

Apenas 15 atletas russos foram autorizados a participar desta edição dos Jogos Olímpicos, sob estritas condições como competir sob bandeira neutra e apenas em provas individuais, uma medida punitiva pela campanha militar lançada por Moscou na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Zakharova disse ainda que a cerimônia de abertura na sexta-feira foi um "grande fracasso", e a agência TASS destacou em sua cobertura uma série de "situações estranhas", como a bandeira olímpica sendo hasteada de cabeça para baixo e o público abandonando as arquibancadas cedo devido à chuva.

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