Encerrou agora às 19h (hora local) o horário de votação nas eleições da Venezuela deste domingo (28/7), pleito no qual o ditador Nicolás Maduro tenta permanecer no poder e enfrenta o opositor Edmundo González em um momento de fragilidade do regime.
Eleitores que ainda fazem fila em centros de votação vão poder depositar seu voto. Ainda não se tem informações sobre o comparecimento --nas eleições passadas, boicotadas pela oposição, foram de cerca de 45%, a menor da história recente.
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Maduro havia dito que os resultados serão conhecidos às 22h (23h segundo o horário de Brasília), mas membros da oposição esperam que a apuração só seja concluída na madrugada. Realizadas com restrições, perseguição política e impossibilidade da participação da imensa maioria da diáspora venezuelana ao redor do mundo, as eleições na Venezuela estão mergulhadas em incerteza.
Pouco antes do fechamento das urnas, membros da oposição credenciados para acompanhar os trabalhos do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão responsável pelo pleito e controlado pelo chavismo, denunciaram que não tiveram acesso ao espaço onde será realizada a apuração das urnas.
O dia de votação transcorreu sem incidentes, uma tranquilidade que não dava o real tom da tensão com a qual o país acompanha o pleito. Maduro, que quer um terceiro mandato, tem dito que, sem ele, o país viveria um " banho de sangue" causado pelo "capitalismo selvagem". Ao votar neste domingo, o ditador disse que vai reconhecer o resultado anunciado pelo CNE.
Em alguns centros de votação no país (são mais de 15 mil, com 30 mil urnas) a votação demorou uma hora para começar, com os votantes esperando em fila. Em outro, por sua vez, houve confusão entre os eleitores com linhas políticas opostas, que se agrediram, mas o episódio foi isolado.
Em um centro de votação da região de La Mercedes, na capital, muitos idosos aguardavam sentados e eram auxiliados pela polícia bolivariana para buscar uma sombra que os protegesse dos 28°C.
Em regiões com maior peso da capital Caracas, opositores iam votar com a bandeira da Venezuela estampada em suas roupas. Alguns ônibus chegavam com votantes vindos de outras localidades mais distantes. Para os eleitores de Maduro, ele é o único que pode assegurar que o país "tenha paz", dizem com frequência.