O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos (COJO) de Paris-2024 confirmou nesta segunda-feira (29) a retirada das credenciais de "alguns jornalistas", um dia após a agência estatal russa TASS anunciar que o acesso às competições foi negado a quatro de seus repórteres.

"Confirmo que alguns jornalistas credenciados receberam uma decisão 'a posteriori' das autoridades competentes de revisão do credenciamento. Nós, como Comitê Organizador de Paris-2024, aplicamos a decisão sem ser parte interessada", declarou Anne Descamps, diretora de comunicação da competição na França durante sua reunião diária com a imprensa durante os Jogos.

"Não tenho confirmado o número exato de jornalistas", acrescentou.

O ministro do Interior francês não quis fazer comentários ao ser questionado pela AFP.

No domingo, a agência estatal russa informou que a retirada das credenciais de seus jornalistas foi "completamente inesperada", uma vez que os repórteres puderam assistir à abertura na sexta-feira e a outros eventos.

A Rússia foi excluída dos Jogos Olímpicos de 2024 devido à campanha militar lançada por Moscou na Ucrânia em fevereiro de 2022 e apenas 15 atletas russos foram autorizados a participar desta edição, sob estritas condições como competir sob bandeira neutra e apenas em provas individuais.

A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que a cerimônia de abertura na sexta-feira foi um "grande fracasso", declarando que "para (o presidente Emmanuel) Macron e seu entorno, respeitar os direitos dos jornalistas e garantir a liberdade de expressão são expressões vazias".

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