SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, vem acusando o bilionário Elon Musk, presidente-executivo da Tesla e da SpaceX e dono da rede social X, de estar por trás do suposto ataque hacker que teria causado a demora na divulgação de resultados detalhados das eleições presidenciais do último domingo (28/7).
Segundo o regime, esse ataque contra o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) é a razão pela qual as atas das urnas eletrônicas ainda não foram divulgadas --diversos países, incluindo o Brasil, a Colômbia e os Estados Unidos, pedem que a Venezuela disponibilize esses documentos para que a vitória de Maduro nas eleições possa ser atestada.
O CNE declarou Maduro vencedor das eleições com 51% dos votos contra 44% do ex-diplomata Edmundo Gonzálvez. A oposição, liderada por María Corina Machado e González, afirma que venceu o pleito, e o Carter Center, um dos únicos órgãos internacionais a atuar como observador, disse nesta quarta-feira (31) que o processo eleitoral não foi democrático nem transparente.
Maduro chamou Musk de "arqui-inimigo da Venezuela" e anunciou, na terça (30), a criação de uma comissão especial com assessoria da Rússia e da China para avaliar o ataque e o sistema de segurança do CNE. "Os ataques, tenho certeza, são dirigidos pelo poder de Elon Musk", disse o ditador.
"A Venezuela está enfrentando uma agressão nacional e internacional dos poderes mundiais", afirmou Maduro em fala a apoiadores na terça. "Ele [Elon Musk] desenvolveu a obsessão de tomar a Venezuela e de governar a Venezuela de fora", prosseguiu, denunciando a existência de uma "aliança da extrema direita global, a extrema direita fascista, o narcotráfico, Elon Musk e o governo imperialista dos EUA".
Musk, por sua vez, fez uma série de publicações sobre a Venezuela no X desde o último fim de semana de eleições. Antes da votação, o bilionário sul-africano naturalizado americano declarou apoio à oposição, dizendo que "o povo da Venezuela quer mudança".
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Depois que o CNE declarou a vitória de Maduro, o empresário subiu o tom: escreveu que a eleição foi uma "vergonha para o ditador Maduro" e publicou seu cartaz de procurado pelo governo dos Estados Unidos --Washington oferece uma recompensa pela captura do chavista em relação a acusações de tráfico de drogas desde 2020.