Israel libertou dezenas de presos palestinos, incluindo o diretor do hospital Al Shifa da Cidade de Gaza, Mohamed Abu Salmiya, que foi detido em novembro e denunciou nesta segunda-feira (1º) que sofreu "graves torturas".

Israel "libertou dezenas de detentos da Faixa de Gaza, incluindo o doutor Mohamed Abu Salmiya", através de uma passagem de fronteira ao leste de Khan Yunis, informou uma fonte médica do Hospital dos Mártires de Al Aqsa, na cidade de Deir el Balah, no centro do território. 

Cinco palestinos libertados foram internados neste centro médico e os demais foram transferidos para hospitais de Khan Yunis, segundo a mesma fonte.

O serviço de segurança interna de Israel, o Shin Beth, afirmou em um comunicado que recebeu a solicitação, ao lado do Exército, de "libertar dezenas de prisioneiros para abrir vagas nos centros de detenção".

A agência afirmou que se "opõe à libertação de terroristas" que participaram em ataques contra civis israelenses e decidiu libertar "vários detentos de Gaza que representam um perigo menor".

Após a libertação, Salmiya afirmou que foi submetido a "graves torturas" durante sua detenção e que sofreu uma fratura em um polegar.

"Os prisioneiros são submetidos a todo tipo de tortura", declarou o médico em uma entrevista coletiva. "Muitos presos morreram em centros de interrogatório e foram privados de alimentos e remédios".

"Durante dois meses, os detentos só comeram um pedaço de pão por dia", disse, antes de mencionar que eles foram submetidos a "humilhações físicas e psicológicas".

O médico, preso em outubro, afirmou que foi detido "sem ter sido acusado".

Israel acusa o Hamas, no poder em Gaza desde 2007, de utilizar os hospitais com fins militares, o que o movimento islamista nega.

O hospital europeu de Khan Yunis anunciou que o diretor do departamento ortopédico, o doutor Basam Miqdad, também foi liberado nesta segunda-feira, "após sua detenção há vários meses".

Um correspondente da AFP observou vários homens abraçando seus parentes no Hospital dos Mártires de Al Aqsa. 

"A libertação do diretor do centro médico Shifa em Gaza, com dezenas de outros terroristas, é uma renúncia à segurança", escreveu o ministro israelense da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, na rede social X.

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