Vinte e cinco militares acusados de "fugir do inimigo" durante enfrentamentos recentes contra os rebeldes do grupo M23 foram condenados à morte nesta quarta-feira (3) na República Democrática do Congo, informou um de seus advogados.

No total, 31 pessoas - 27 militares e quatro mulheres civis, esposas de militares - compareceram perante o tribunal militar de Butembo, na província de Kivu do Norte.

Eles enfrentavam acusações de "fugir do inimigo", "dissipar munições de guerra", "violar ordens" e "roubo", declarou à AFP Jules Muvweko, um dos advogados de defesa.

Ao final da audiência, "25 militares, incluídos dois capitães" foram condenados à pena de morte", assinalou Muvweko, que anunciou que seus clientes pretendem recorrer das sentenças. Os outros acusados foram absolvidos por falta de provas, acrescentou.

A República Democrática do Congo restabeleceu em março a pena de morte após uma moratória vigente desde 2003.

Desde o fim da semana passada, o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23) tomou várias cidades na frente norte do conflito, incluindo a localidade estratégica de Kanyabayonga, considerada um acesso às cidades comerciais de Butembo e Beni.

O M23, grupo majoritariamente de etnia tutsi, tomou grandes extensões do território congolês nos últimos anos, quase cercando a cidade de Goma, capital de Kivu do Norte, e deixando muitos mortos e deslocados.

A República Democrática do Congo acusa Ruanda de apoiar o M23, o que o governo ruandês nega.

O leste da República Democrática do Congo, rico em minerais, foi cenário de combates por 30 anos entre grupos armados locais e estrangeiros.

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