O grupo xiita libanês Hezbollah afirmou ter disparado várias salvas de foguetes contra o norte de Israel na noite desta sexta-feira (5), um dia depois de uma escalada brusca na fronteira que gera temores de um novo conflito na região.

A guerra em Gaza, desencadeada em 7 de outubro de 2023 pelo ataque do Hamas em Israel, gerou uma explosão da violência entre o Exército israelense e o Hezbollah, aliado do movimento islamista palestino, que recrudesceu nas últimas semanas.

Em comunicados separados, o Hezbollah anunciou hoje que disparou "salvas de foguetes do tipo Katyusha" contra o vilarejo de Margaliot e duas posições militares na fronteira, em represália "pelos ataques inimigos contra povoados e casas no sul".

O Exército israelense indicou que dois soldados ficaram levemente feridos "por projéteis disparados contra a localidade fronteiriça de Kiryat Shemona" e acrescentou que eles foram transferidos para um hospital.

Também afirmou que atingiu o ponto de "origem dos lançamentos" e efetuou disparos de artilharia contra várias regiões do sul do Líbano.

A agência oficial de notícias libanesa NNA (na sigla em inglês) assinalou que quatro pessoas ficaram levemente feridas perto de Bint Jbeil, no sul do Líbano, entre elas dois bombeiros atacados por aviões de combate israelenses enquanto "apagavam um incêndio".

A ONU expressou de novo nesta sexta-feira sua "profunda preocupação pelo aumento da intensidade da troca de disparos" da véspera, "o que aumenta o risco de uma guerra em larga escala".

Devido à morte de um comandante do Hezbollah na quarta-feira em um bombardeio israelense, o movimento islamista libanês anunciou que havia lançado mais de 300 foguetes contra alvos no norte de Israel e drones explosivos contra uma dezena de posições militares, em menos de 24 horas.

Os ataques em ambas as partes da fronteira entre Israel e Líbano causaram pelo menos 496 mortos no país árabe em mais de oito meses, a maioria combatentes, mas também cerca de 95 civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados do movimento xiita e de fontes oficiais libanesas.

Do lado israelense, pelo menos 16 soldados e 11 civis morreram, segundo as autoridades.

Dezenas de milhares de habitantes de cada um dos lados da fronteira tiveram que deixar suas casas pelos combates.

Uma delegação do Hamas se reuniu hoje com o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, para analisar a situação no terreno e as próximas negociações para um cessar-fogo em Gaza.

O Hezbollah reitera que só vai interromper seus ataques se houver um cessar-fogo em Gaza.

jos/fjb/hgs/cjc/rpr/am

compartilhe