O atual primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, afirmou neste domingo (7) que apresentará seu pedido de demissão ao presidente Emmanuel Macron nesta segunda-feira (8). O grupo político de Attal, o mesmo de Macron, ficou em segundo lugar nas eleições de hoje, atrás da coalizão de esquerda e à frente da extrema direita.

 

 

Decisão de Attal foi anunciada pouco depois dos primeiros resultados das eleições legislativas. Attal está no cargo desde o início deste ano. Pertence ao partido Renaissance, o mesmo do presidente Emmanuel Macron. "Ser primeiro-ministro é a honra da minha vida", afirmou.

 



 

O bloco de esquerda Nova Frente Popular ficou em primeiro lugar, mas sem a maioria dos assentos. O líder de esquerda Jean-Luc Mélenchon fez um apelo para que o presidente Macron convoque seu grupo a formar um novo governo.

 

Já a coalizão de partidos aliados a Macron – e Attal – terminou em segundo lugar. O primeiro-ministro disse que seu grupo político, de centro-direita, "conseguiu se segurar". "Estamos em pé com três vezes mais deputados do que algumas estimativas mostravam".

 

A extrema direita, que havia liderado no primeiro turno e sonhava em indicar o próximo primeiro-ministro, amargou o terceiro lugar. Mesmo assim, o grupo, ligado a Marine Le Pen, dobrou seu número de assentos no Parlamento. A reviravolta foi resultado de uma coalizão entre grupos de esquerda e centro para barrar a ascensão a extrema direita.

 

O pedido de demissão do primeiro-ministro não é praxe, mas indica o reconhecimento de que falta maioria para governar. Essa é a avaliação do especialista em Relações Internacionais pelas Universidades de Groningen (Países Baixos) e Estrasburgo (França), Uriã Fancelli.

 

Macron sinalizou que não vai tomar medidas imediatas. Vai aguardar até 18 de julho, quando a Assembleia Nacional se reúne em sua nova formação. Por isso, Attal pode continuar no cargo por mais alguns dias. "Vou assumir minhas funções enquanto meu dever exigir", disse Attal.

 

Attal disse que seu grupo político se uniu para "combater riscos" de que a extrema direita ou a extrema esquerda obtivessem maioria. "Nenhuma maioria absoluta poderá ser conduzida pelos extremos. Devemos isso ao espírito francês ancorado nos valores da república", disse.

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