Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (10) regras mais rigorosas para a importação de aço e alumínio procedentes do México, com o objetivo de evitar que produtos de origem chinesa driblem as tarifas.

As medidas adotadas pelo governo do presidente Joe Biden durante a temporada eleitoral são as mais recentes de uma série de iniciativas para proteger os Estados Unidos do excesso de capacidade industrial da China, que Washington tem repetidamente alertado que poderia resultar em uma inundação de produtos a preços desleais.

De acordo com Lael Brainard, conselheira econômica da Casa Branca, o aço que chegar através do México só poderá se beneficiar da isenção de tarifas se for fundido em território mexicano, nos Estados Unidos ou no Canadá. Caso contrário, estará sujeito a tarifas de 25%.

Segundo a última resolução de Biden, as importações de alumínio do México que contenham alumínio primário fundido ou moldado na China, Belarus, Irã ou Rússia serão tarifados em 10%.

O México exigirá que os importadores forneçam informações sobre os países de origem dos produtos.

Essa medida se junta aos aumentos recentes das tarifas sobre o aço e o alumínio de países com os quais os Estados Unidos não têm acordos de livre comércio.

"Essas ações corrigem uma lacuna legal significativa que a administração anterior não conseguiu resolver, e que países como a China usam para evitar as tarifas americanas enviando seus produtos através do México", declarou Brainard.

"Eles evitam tarifas de aço e alumínio chineses que entram no mercado americano via México, minando nossos investimentos e prejudicando trabalhadores americanos em estados como a Pensilvânia e Ohio", denunciou.

Enquanto a candidatura de Biden à reeleição entra em uma fase crítica, o presidente tem se esforçado para conquistar eleitores de estados indecisos como a Pensilvânia.

"Não devemos permitir que a China e outras nações explorem o comércio com nossos vizinhos para evitar a aplicação da legislação comercial americana", afirmou Scott Paul, presidente da Alliance for American Manufacturing. 

Quase 90% das 3,8 milhões de toneladas de aço importadas do México já são fundidas e moldadas nos Estados Unidos, Canadá ou México, afirmou um funcionário sob condição de anonimato. O restante vem de países como a China, acrescentou sem fornecer mais detalhes.

Da mesma forma, 94% das 105.000 toneladas métricas de alumínio provenientes do México foram fundidas ou moldadas nos três países norte-americanos.

No entanto, os funcionários destacaram que a China continua a produzir aço além da demanda interna.

"Essas ações conjuntas com o México ajudarão a garantir a viabilidade de longo prazo de nossas indústrias de aço e alumínio", declarou a Representante de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai.

Em maio, os Estados Unidos anunciaram aumentos significativos nas tarifas de importação da China, incluindo aquelas aplicadas a veículos elétricos e semicondutores.

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