As autoridades líbias afirmaram nesta quarta-feira (10) que continuar recebendo migrantes que querem chegar à Europa tornou-se "inaceitável" para o país do norte da África, onde até quatro em cada cinco estrangeiros não têm documentos.
A Líbia, que está localizada a cerca de 300 quilômetros da Itália, é, juntamente com a Tunísia, um ponto de partida fundamental para os migrantes, principalmente dos países da África Subsaariana, que empreendem a perigosa travessia do Mediterrâneo para chegar à Europa.
Devido aos esforços da União Europeia para conter a chegada de migrantes ao seu território, muitos permanecem retidos na Líbia.
"Atualmente há cerca de 2,5 milhões de estrangeiros na Líbia", disse Imad Trabelsi, ministro do Interior do governo de unidade nacional, com sede em Trípoli.
Entre "70% e 80% deles entraram ilegalmente no país", acrescentou durante uma coletiva de imprensa. "É hora de resolver este problema" porque "a Líbia não pode continuar pagando o preço", insistiu.
Segundo Trabelsi, o país passou de "um país de trânsito a um país de acolhimento" e os migrantes sem documentos "não pagam impostos".
Uma instalação definitiva destes migrantes na Líbia é "inaceitável", disse ele.
A Líbia ainda tenta se recuperar dos anos de guerra e caos após a queda do ditador Muammar Gaddafi em 2011.
Imerso em divisões e violência, o país tenta recuperar a sua estabilidade e segurança, tentando encontrar soluções para o problema da migração ilegal.
Desde o início do ano, as autoridades líbias "repatriaram 6.000 migrantes" com a ajuda de um programa da ONU, disse o ministro.
Trípoli vai receber um "Fórum sobre Migração Transmediterrânea" no dia 17 de julho, com a intenção de criar "uma nova estratégia para projetos de desenvolvimento nos países de onde partem os migrantes", afirmou o governo líbio no Facebook.
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