O Federal Reserve não vai esperar até que a inflação atinja a meta de 2% ao ano antes de considerar uma redução nas taxas de juros, afirmou a parlamentares nesta quarta-feira (10) Jerome Powell, presidente do banco central americano.
"Dissemos que não devemos esperar que a inflação baixe até 2%, porque a inflação tem um certo ímpeto", disse Powell em seu depoimento perante a Comissão de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes.
"Se esperarmos tanto, provavelmente teremos esperado demais" para cortar as taxas de juros. Nesse cenário, a inflação ficaria muito abaixo do nível alvo, o que também é um resultado indesejável", acrescentou.
Powell estava respondendo a uma pergunta sobre se o indicador de inflação preferido do Fed, o índice PCE, precisaria cair abaixo de 2% pelo menos uma vez nos próximos meses antes que a instituição considerasse reduzir as taxas.
Os comentários de Powell ocorrem um dia depois de ele indicar que as recentes leituras de inflação mostraram um progresso "modesto" e acrescentar que "mais dados positivos" aumentariam a confiança de que os aumentos de preços estão se moderando de forma sustentável.
A inflação atingiu seu pico durante a reabertura da maior economia mundial após a pandemia de covid-19, chegando a uma taxa anual de 9,5% em junho de 2022.
Para combatê-la, o Fed aumentou as taxas de juros de forma agressiva, elevando-as para uma faixa de 5,25% a 5,50%, seu nível mais alto desde o início do século.
Taxas mais altas encarecem o crédito e desencorajam o consumo e o investimento, o que ajuda a segurar a pressão sobre os preços.
Desde então, a inflação tem se moderado, caindo para 2,6% nos últimos meses.
bys/bgs/db/mr/jb/aa