A junta militar no poder no Mali anunciou nesta quarta-feira (10) que voltou a autorizar as atividades de partidos políticos e associações políticas, que haviam sido suspensas em abril.

"O governo decidiu levantar a suspensão que proibia os partidos políticos e as atividades de associações políticas", afirmou um comunicado do conselho de ministros, dominado pelos líderes militares que assumiram o poder em um golpe de Estado em 2020.

O chefe do governo militar, o coronel Assimi Goita, tinha justificado a suspensão alegando "debates estéreis" e "subversão" por parte dos partidos políticos, os quais, segundo ele, representavam um perigo para o "diálogo" nacional em curso sobre o futuro político do Mali.

Naquela época, os partidos políticos protestavam contra a decisão dos coronéis de permanecer no poder além de março de 2024, data em que haviam se comprometido a transferir o governo para civis eleitos.

Os principais partidos e o que restava da oposição boicotaram o "diálogo", que prosseguiu mesmo assim com os apoiadores do regime.

Em maio, estes últimos emitiram "recomendações" para que os militares permanecessem no poder "entre dois e cinco anos a mais" e para permitir que o atual chefe da junta se candidatasse nas futuras eleições presidenciais.

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