Jonathan Meijer é o personagem principal da série documental da Netflix que estreou neste mês de julho: 'o homem com mil filhos'. O holândes de 42 anos foi doador de espermas por muito tempo antes de, há 7 anos, ser proibido pela justiça. Ele é pai biológico de uma multidão de crianças. Com a série no mainstream, o youtuber e ex-professor recebeu, novamente, os holofotes e o caso voltou a barulhar nas redes.
O documentário do diretor Josh Allot tem apenas três episódios e comporta vários depoimentos de mulheres e alguns homens que, por razões diversas, buscavam um doador e descobriram o parentesco entre seus filhos. A maior preocupação das mães e pais que receberam a doação é a possibilidade de um incesto acidental. Segundo o jornal britânico The Independent, com 500 filhos, em 100 anos, ele poderia ter 15 mil descendentes.
As estimativas das autoridades holandesas apontam que, com a doação sistemática do sêmem, o número de crianças pode chegar a mais de 1 mil, pois nem todas as clínicas visitadas por ele exigem a divulgação de quando a doação resulta em um nascimento.
A série mostra que, embora o dinheiro só seja envolvido quando há intermediação de alguma clínica especializada em fertilização, o doador em série também fornecia “material” voluntariamente. Ele anunciava seus serviços pela internet, se apresentando como o “doador perfeito”: alto, branco e loiro.
A prática é comum e legalizada, mas há limites determinados por conselhos de medicina. Na Holanda, por exemplo, o esperma só pode ser doado no máximo 25 vezes. Isso serve para evitar a consanguinidade entre bebês que, no futuro, possam vir a se conhecer e ter filhos sem saber que são irmãos.
Em seus vídeos no Youtube, Jonathan criticou a produção e disse que seu objetivo é permitir que as pessoas realizem seus sonhos de serem pais. Ele afirma, ainda, não ver nada de errado em suas ações e que há muitas “visões ultrapassadas”, além de não ter nenhum objetivo maldoso.