O empresário argentino-mexicano Carlos Ahumada chegou nesta terça-feira (16) à Cidade do México após ser extraditado pela Argentina para enfrentar acusações de fraude perante a justiça local, embora munido de um amparo legal para evitar ser detido.

Ahumada "não se opôs à extradição, porque o que ele quer é se colocar à disposição do juiz e vamos solicitar a prescrição do delito", disse o advogado Enrique Ostos ao jornal mexicano El Universal.

O Ministério Público da Cidade do México, que pediu sua captura no âmbito de um caso de 2009 por fraude em contratos de obras públicas, afirmou em um comunicado que convocou Ahumada a comparecer aos tribunais e considera que ele deve cumprir uma pena de quase dois anos de prisão.

Em 2004, Ahumada se viu envolvido em um escândalo de pagamento de subornos a políticos de esquerda, entre eles um colaborador próximo do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, então prefeito da capital.

A entrega de subornos, destinada a financiar campanhas políticas, foi gravada com uma câmera oculta e os vídeos foram posteriormente divulgados na televisão mexicana.

Ahumada foi detido em 2004 em Havana e extraditado para o México, onde ficou preso por acusações de tráfico de influência e extorsão. No entanto, o processo não progrediu e ele acabou sendo libertado em 2007.

O empresário retornou à Argentina, mas foi novamente detido em agosto de 2019 a pedido do Ministério Público mexicano, que o acusava de evasão fiscal.

Ahumada recuperou sua liberdade em questão de dias e a acusação foi retirada após demonstrar que estava em dia com o pagamento de impostos.

No entanto, a Promotoria da Cidade do México apresentou uma nova ordem de captura e Ahumada acabou detido em junho passado no Panamá, que o entregou ao Paraguai. De lá, o empresário foi extraditado para a Argentina.

Seu advogado assegurou que Ahumada retornará ao seu país natal assim que este novo processo contra ele for resolvido.

sem/llu/jb/dd

compartilhe