O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é aguardado nesta quarta-feira (17) na reunião anual da Unidos US, a maior organização nacional de direitos civis dos latinos, um grupo demográfico crucial em sua corrida pela Casa Branca.
A maior organização de direitos civis dos latinos nos Estados Unidos dedicou parte de seu evento anual em Las Vegas para discutir a importância da participação desta comunidade nas eleições de novembro, quando Biden, ao que tudo indica, enfrentará Trump em uma revanche acirrada.
"Biden tem sido muito bom para a comunidade latina", disse Alexandra Moya, uma republicana que apoia o democrata devido ao seu descontentamento com Trump.
Moya, uma das centenas de pessoas que compareceram ao evento para ouvir o presidente, não tem dúvidas sobre a competência de Biden para liderar a nação.
"Biden é um acadêmico, é um estadista, e os Estados Unidos são a principal potência mundial, precisamos eleger alguém responsável porque o mundo depende de nós", disse ela. "A agressividade de Trump é intolerável".
Biden, de 81 anos, intensificou sua agenda com participações em Las Vegas, após o atentado contra seu rival Donald Trump no sábado passado.
Na terça-feira, o presidente participou da conferência anual da Associação Nacional para o Avanço de Pessoas de Cor (NAACP). Diante de uma plateia receptiva, Biden fez um vigoroso discurso focado em questões raciais no Centro de Convenções do Mandalay Bay, onde também defendeu a necessidade de acalmar os ânimos no clima político polarizado dos Estados Unidos e de rejeitar expressões de violência.
Biden luta para defender sua candidatura após sua questionável participação no primeiro debate da campanha contra Donald Trump há quase um mês, quando o presidente demonstrou problemas para se expressar e foi por vezes visto confuso e cansado.
O democrata tem ignorado críticas e pedidos para desistir de sua busca por um segundo mandato na Casa Branca, incluindo alguns de dentro de seu próprio partido.
O influente congressista Adam Schiff se tornou nesta quarta-feira o democrata de maior destaque a pedir a Biden que, "para garantir seu legado", desista da corrida presidencial.
"Um segundo mandato de Trump enfraquecerá os fundamentos de nossa democracia, e tenho sérias dúvidas de que o presidente possa derrotar Donald Trump em novembro", disse Schiff ao Los Angeles Times.
Embora mantenha sua firmeza em continuar na corrida, o presidente afirmou em uma entrevista transmitida nesta quarta-feira que reconsideraria sua candidatura caso algum problema de saúde fosse diagnosticado.
"Se eu tivesse algum problema médico que surgisse, se alguém, se os médicos viessem e me dissessem 'você tem tal problema'", respondeu Biden ao veículo BET, durante uma entrevista gravada na terça-feira, quando questionado sobre o que poderia fazê-lo reconsiderar sua candidatura nas eleições de novembro.
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