SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma pesquisa conduzida pela agência de notícias Reuters junto com o Instituto Ipsos e divulgada nesta quarta-feira (17/7) mostra que 80% dos americanos registrados para votar acreditam que o país está saindo do controle depois da tentativa de assassinato contra o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump.

 

O levantamento também registrou que Trump está dois pontos percentuais à frente do presidente Joe Biden nas intenções de voto, marcando 43% contra 41% do democrata. A variação, entretanto, está dentro da margem de erro de três pontos percentuais, colocando os adversários em empate técnico e apontando que o atentado contra Trump não alterou radicalmente a corrida eleitoral.

 

 

Entretanto, apesar da corrida acirrada, a pressão do Partido Democrata para que Biden abandone sua candidatura só aumenta - nesta quarta, o deputado democrata Adam Schiff, nome forte da sigla e candidato a vaga no Senado pelo estado da Califórnia, pediu que Biden "passe a tocha adiante" e saia da corrida eleitoral para evitar uma vitória de Trump.

 



 

A ala do partido a favor da desistência de Biden aponta para o mau desempenho do presidente em pesquisas realizadas nos estados-chave que devem decidir a eleição - Trump está na frente na maioria deles. Além disso, graças ao atentado, a campanha democrata suspendeu, por ora, os ataques contra o republicando enfatizando a ameaça à democracia que, dizem, o ex-presidente representa.

 

Entre os republicanos ouvidos na pesquisa, 65% acreditam que o ex-presidente ter sobrevivido à tentativa de assassinato é uma prova de que ele é "favorecido pela Providência divina e pela vontade de Deus". Pouco mais de 10% dos democratas entrevistados concordam.

 

 

O candidato republicano à Casa Branca participa essa semana da convenção do Partido Republicano que oficializou sua nomeação e a de seu vice, J.D. Vance. O evento vem sendo um momento de triunfo para Trump, que está à frente nas pesquisas tanto nacionais quanto em estados-chave e foi recebido como herói ao aparecer com um curativo na orelha onde uma bala o atingiu durante o comício na Pensilvânia.

 

A pesquisa da Reuters/Ipsos entrevistou 1.202 americanos em todo o país. A preocupação dos eleitores também se estende para o dia seguinte das eleições: 84% dos entrevistados disseram ter medo que extremistas cometam atos de violência depois do pleito.

 

 

Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato no último sábado (13) depois que um homem de 20 anos disparou contra o republicano com um rifle durante um comício no estado da Pensilvânia. Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas.

 

O medo expressado pelos entrevistados de violência se reflete na rejeição do uso da força na política: apenas 5% dos eleitores dizem que é aceitável que alguém de seu partido cometa atos de violência para atingir um objetivo político. Em junho de 2023, esse número era de 12%, informou o instituto. Cerca de 65% também disseram ter medo que essa violência chegue a pessoas próximas.

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