A americana Karen Read está nas manchetes de vários jornais internacionais. Na terça-feira (16/7) seus advogados pediram a retirada de duas das três acusações contra ela, além de existir um movimento que pede sua liberdade. Ela é acusada de agredir e matar seu ex-namorado, o ex-policial de Boston John O'Keefe, com seu SUV durante uma tempestade de neve em janeiro de 2022. Recentemente, seu julgamento foi paralisado após um empate no juri. 


Os advogados da mulher se baseiam em "várias falácias claras" para questionar o argumento da promotoria contra a rejeição das acusações. Martin Weinberg, defensor de Karen, observou no processo do Tribunal Superior de Norfolk que a oposição não contestou a alegação de que o júri estava pronto para, por unanimidade, declarar Read inocente das duas acusações em questão.


Na semana que vem, deve haver uma nova audiência entre as partes, quando a data do novo julgamento for definida.

 


 

Por que querem libertar Karen Read? 

 

Karen se declarou inocente das acusações de homicídio em segundo grau, homicídio culposo enquanto operava sob a influência de álcool e saída do local de ferimentos pessoais e morte. A alegação é que a mulher foi vítima de um encobrimento por parte de várias pessoas, incluindo autoridades policiais.


Read possui vários apoiadores, que se reúnem do lado de fora do tribunal durante as audiências, pedindo sua liberdade.  Para manter o júri imparcial, a Justiça determinou que os apoiadores ficassem a pelo menos 60 metros do tribunal. 




 

O blogueiro de Massachusetts, Aidan Kearney, que escreve sob o nome de "Turtleboy" para o site "TB Daily News", é um dos principais argumentos usados pelos que defendem “Free Karen”. Ele foi preso por acusações de intimidação de testemunhas. Os promotores alegam que Karen e Kearney conversaram por telefone quase 200 vezes em 2023 e a acusam de compartilhar informações sobre o caso que ainda não eram públicas. Ele negou qualquer irregularidade.


 

Durante as audiências judiciais, a equipe de defesa de Read fez acusações de má conduta do Ministério Público. Enquanto isso, a promotoria acusa a defesa de ofuscar evidências.  


O que aconteceu?


Reed e seu namorado, O’Keefe, saíram de casa em 28 de janeiro de 2022 com um grupo de amigos. Segundo a mulher, ela levou o companheiro até a casa de outro policial, Brian Albert. Mas O'Keefe não voltou para casa e ela não conseguiu mais falar com ele. Foi então que ela e duas outras mulheres saíram para procurá-lo.


As três encontraram o corpo de O'Keefe em um banco de neve em frente à casa de Albert por volta das 6h da manhã de 29 de janeiro. A versão dos promotores é que Read estava bêbada e atropelou o namorado antes que ele visitasse o amigo. Já a defesa argumenta que O'Keefe entrou em casa, foi morto durante uma briga e seu corpo foi levado para fora e deixado na neve.


 

Nessa versão, a vítima morreu durante uma briga dentro da casa de Albert, os advogados de Read e os ferimentos foram causados pelo cachorro de Albert. Os promotores dizem que os ferimentos de O'Keefe foram causados pelo SUV de Read. Segundo a promotoria, nenhum DNA de cachorro foi encontrado no corpo ou nas roupas de O'Keefe.


Durante a audiência final do caso, a defesa argumentou no tribunal que Brian Albert e outros dois policiais poderiam ter matado O'Keefe. Os promotores negam que os três tenham qualquer envolvimento.


Jennifer McCabe, cunhada de Brian Albert, foi uma das mulheres que buscaram por O’Keefe e encontraram o corpo na neve. As pesquisas no Google feitas no seu celular tornaram-se uma parte central das audiências pré-julgamento. A defesa e a acusação concordam que alguém pesquisou no Google “hos (sic) tempo para morrer de frio”, mas os lados discordam a que horas as buscas aconteceram. A defesa afirma que a busca foi feita antes de o corpo de O'Keefe ser encontrado, enquanto a promotoria argumenta que a busca foi feita depois que ele foi encontrado na neve.


Os jurados do caso indicaram duas vezes que não conseguiram chegar a um veredicto unânime, dizendo que estão “profundamente divididos”. Depois de notificar a juíza pela terceira vez que eles estão "totalmente divididos" sobre as provas, ela declarou a anulação do julgamento.


 

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