Caden Schaefer-Rose terá apenas 18 anos quando ocorrerem as eleições presidenciais americanas em novembro, mas já está determinado a emitir seu primeiro voto a favor do magnata republicano Donald Trump.

Este estudante do ensino médio faz parte de um número crescente de adolescentes que desafiam os estereótipos liberais dos eleitores mais jovens nos Estados Unidos e apoiam o ex-presidente Trump (2017-2021). 

"Eu sinto que ele reflete muitos dos meus valores pessoais", disse Schaefer-Rose à AFP, usando óculos de sol espelhados, durante o evento "Youth VoteFest", perto da Convenção Nacional Republicana. 

Caden conheceu Trump em 2016, vendo-o na televisão durante sua agitada campanha eleitoral naquele ano. Outros jovens eleitores novatos no evento mencionaram que sua primeira lembrança do magnata foi vê-lo em uma breve aparição em "Esqueceram de Mim 2" ou como o impetuoso chefe no programa de TV “O Aprendiz”. 

"Eu simplesmente me conectei com ele. Eu tinha apenas oito anos naquela época, mas pude ver que ele era alguém que eventualmente poderia admirar", confessou Schaefer-Rose. 

O mesmo aconteceu com Matthew Paley, um jovem de 19 anos de Nova Jersey que estava se divertindo do lado de fora do estádio onde ocorria a Convenção Republicana. 

Ele conheceu seu ídolo Trump recentemente em um evento na Flórida e agora garante que apoia completamente o bilionário em sua tentativa de retornar à Casa Branca: "Ele é uma pessoa muito legal!" 

"No início, honestamente... eu só gostava do Trump porque achava ele muito engraçado. Depois, quando comecei a pesquisar, pensei: 'Ah, tá legal'", admitiu Paley.

Paley apoia os mesmos "valores conservadores fundamentais" que Trump defende, incluindo o direito ao porte de armas. 

A juventude americana tem votado majoritariamente nos democratas. No entanto, os republicanos insistem que está ocorrendo uma mudança de paradigma. 

Uma pesquisa do Instituto Pew Research em 2016 mostrou que eleitores com menos de 30 anos apoiaram o Partido Democrata com uma margem de 30 pontos sobre os republicanos. Em 2020, essa vantagem foi reduzida para 24 pontos. 

Os jovens eleitores são fundamentais, já que os dados mostram que o voto dos estudantes universitários está aumentando e os republicanos estão cortejando esse grupo como nunca antes. 

J.D. Vance, recém-anunciado como companheiro de chapa de Trump, tem apenas 39 anos, 20 a menos que a atual vice-presidente democrata Kamala Harris. 

O partido convidou Amber Rose, uma influenciadora das redes sociais com 24 milhões de seguidores no Instagram, para falar na Convenção, onde ela apoiou Trump na segunda-feira. 

O rapper Forgiato Blow também marcou presença, em uma tentativa de atrair jovens eleitores negros. 

- "Limitar seus sonhos" -

Charlie Kirk, que fundou o grupo conservador voltado para jovens Turning Point USA quando tinha apenas 18 anos, subiu ao palco da Convenção nesta semana afirmando que a mensagem do presidente Joe Biden para a Geração Z é "limitar seus sonhos e contentar-se com menos". 

"Donald Trump se recusa a aceitar essa versão falsa, patética e mutilada do sonho americano", destacou Kirk, de 30 anos, entre aplausos calorosos. 

Xavier Starks, um estudante negro do ensino médio de Wisconsin, completará 18 anos em agosto e diz estar considerando votar em Trump.

"Sinto que Trump fez coisas boas, mas pela maneira como ele tenta se candidatar e diz 'sou um ditador' e por como se comportará, ainda não decidi sobre isso", disse Starks à AFP durante o simpósio juvenil. 

Ele também observou que é "bastante louco" que alguém como Trump, com condenações criminais, esteja na lista eleitoral, embora tenha destacado que Biden, aos 81 anos, está "muito velho" para se candidatar.

Jovens conservadores bem informados citam como motivos para votar em Trump o aumento da dívida nacional dos Estados Unidos, as cada vez mais limitadas perspectivas de adquirir uma casa, as altas taxas de juros e a imigração ilegal. 

Heidi Heitkamp, ex-senadora dos EUA que agora lidera o Instituto de Política da Universidade de Chicago e coordenou o VoteFest, afirmou que entende por que os jovens poderiam ignorar os dois candidatos presidenciais de idade mais avançada. 

“Acho que estão olhando para estes dois candidatos e dizem: ‘realmente entendem quais são as minhas preocupações?’”, destacou. 

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