O ministro britânico de Relações Exteriores, David Lammy, anunciou, nesta sexta-feira (19), o retorno do financiamento do Reino Unido à agência da ONU de refugiados palestinos (UNRWA).

"Estamos anulando a suspensão do financiamento à UNRWA", que foi decidida após acusações sobre o possível envolvimento de alguns dos seus funcionários nos ataques de 7 de outubro em Israel, declarou o chefe da diplomacia britânica perante os deputados.

Londres doará "21 milhões de libras esterlinas para novos fundos" (valor em 150,9 milhões de reais na cotação atual), disse ele.

Lammy destacou, perante a Câmara dos Comuns, o papel "absolutamente central" da UNRWA em Gaza, e estimou que "nenhuma outra agência" estava em condições de proporcionar a ajuda necessária aos palestinos.

Ele se mostrou "horrorizado" pelas acusações de que membros da UNRWA tivessem participado dos ataques de 7 de outubro. No entanto, estava tranquilizado pelas reformas empreendidas na sequência de um relatório independente, para garantir que a agência siga "os mais elevados padrões de neutralidade".

Com esse anúncio, o Reino Unido segue os passos da Alemanha, União Europeia, Suécia, Japão e França.

O comissário geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, estava em Londres nesta sexta-feira (19) para se reuinir com autoridades do governo britânico. 

A porta-voz da agência, Juliette Touma, qualificou como "muito bem-vinda" a retomada da ajuda britânica.

Esta decisão "chega em um momento oportuno, em um momento crucial em que a UNRWA segue sendo a principal agência no front da ajuda humanitária em Gaza", declarou à AFP. 

A UNRWA, que conta com mais de 30.000 funcionários que trabalham em prol de 5,9 milhões de palestinos na região, é acusada por Israel de empregar "mais de 400 terroristas" na Faixa de Gaza.

Especialistas comissionados pela ONU concluíram que a UNRWA carecia de “neutralidade” política. Mas também indicaram que a agência da ONU continua a ser “crucial no fornecimento de ajuda humanitária vital” na região.

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