Uma votação turbulenta no Parlamento da França resultou nesta sexta-feira (19) em acusações de manipulação das cédulas e de fraude, feitas por políticos de esquerda e direita.

Após duas horas e meia de uma votação polêmica para eleger os vice-presidentes da Assembleia Nacional, descobriu-se que as urnas continham dez envelopes a mais do que o número de eleitores possíveis.

A presidente reeleita da câmara baixa do Parlamento francês, Yaël Braun-Pivet, do partido centrista Renascimento - liderado pelo presidente Emmanuel Macron - determinou a repetição da votação, o que levou os deputados a exigirem uma investigação.

Ao final, os seis vice-presidentes foram eleitos, após uma nova votação em dois turnos. O partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN), de Marine le Pen, não conseguiu manter seus dois candidatos em seus postos, que foram para dois parlamentares do partido de esquerda radical A França Insubmissa (LFI), uma deputada do grupo de centro-direita Horizontes, o aliado de Macron e ministro da Indústria, Roland Lescure, e dois parlamentares dos Republicanos (LR).

As eleições legislativas deixaram uma câmera fragmentada, em que a aliança esquerdista Nova Frente Popular (NFP) ficou em primeiro lugar, com 193 deputados, mas longe da maioria absoluta, de 289 cadeiras. Esse grupo frágil, formado por socialistas, comunistas, verdes e a LFI, quer comandar o governo, mas os diferentes partidos ainda não chegaram a acordo sobre um possível candidato a primeiro-ministro.

A aliança de centro-direita de Macron conta com 164 cadeiras, e o RN tem 143.

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