Desistiu da sua candidatura porque é muito velho? Porque está convencido de que não pode derrotar Donald Trump? O presidente Joe Biden explicará aos americanos os motivos que o levaram a abandonar a corrida pela reeleição em um discurso solene na noite desta quarta-feira (24).

O discurso será em horário nobre: às 20h00 locais (21h00 no horário de Brasília) a partir do Salão Oval da Casa Branca, depois de terminar quase uma semana de confinamento em sua casa de praia para se recuperar da covid-19. 

Biden, de 81 anos, explicará por que no domingo decidiu jogar a toalha em uma carta publicada na rede social X mesmo tendo prometido chegar ao fim da corrida. 

Sua saúde está na mente de todos. Na verdade, o seu partido pressionou-o a afastar-se justamente por causa das dúvidas sobre a sua condição física e aptidão mental desde o seu desempenho desastroso em um debate contra o candidato republicano Donald Trump.

- Harris em Indiana -

Sua vice-presidente, Kamala Harris, é a provável substituta de Biden na disputa faltando menos de quatro meses para as eleições. Nesta quarta-feira, ela viajará para Indianápolis, centro do país. 

Apoiada por um grande número de personalidades e congressistas democratas, ela tem quase garantida a nomeação em agosto, na convenção do seu partido, e se tornará oficialmente a candidata democrata às eleições presidenciais de 5 de novembro. 

Em um comício na terça-feira em Wisconsin (norte), a ex-procuradora delineou os temas centrais da sua campanha: o direito ao aborto, cobertura médica para todos e licença parental. 

"Queremos viver em um país de liberdade, compaixão e Estado de direito ou em um país de caos, medo e ódio?", proclamou, e acusou o seu adversário de ser financiado por bilionários e de querer enfraquecer a classe média. 

Harris também insistiu na miríade de processos judiciais em que Trump está envolvido e encenou o papel que desempenhará na campanha: o de ex-procuradora contra um criminoso, aproveitando o fato de Trump ter sido condenado em um processo criminal em maio.

- Trump segue mobilizado -

O seu adversário republicano continua percorrendo o país para capitalizar o sucesso na convenção do seu partido em Milwaukee, que o consagrou oficialmente como candidato. 

Na noite desta quarta-feira ele realizará um comício na Carolina do Norte e na sexta-feira discursará diante de uma associação juvenil ultraconservadora na Flórida. 

O septuagenário voará então para Minnesota, estado da região dos Grandes Lagos, para um evento com seu companheiro de chapa J.D. Vance. 

Durante quatro dias, Donald Trump teve o partido sob seu comando para sua terceira candidatura à Casa Branca. 

Mas o ex-presidente agora vê-se forçado a repensar a sua estratégia eleitoral, muito focada em estabelecer-se como um líder enérgico contra um Joe Biden em declínio. 

O candidato republicano já se comprometeu a participar de um debate com Kamala Harris, que considera uma rival "mais fácil" de derrotar do que Biden. 

As pesquisas publicadas desde que o vice-presidente entrou na disputa têm sido bastante díspares, com os dois candidatos lado a lado.

A última, publicada na terça-feira pela Reuters/Ipsos, porém, dá uma ligeira vantagem à democrata (44% das intenções de voto contra 42%).

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