Três anos depois das Olimpíadas de Tóquio, adiadas para 2021 e realizadas sem espectadores por causa da pandemia, a covid-19 volta a assombrar antes do início dos Jogos de Paris-2024, embora sua ameaça não tenha o mesmo peso de então.

A imagem das arquibancadas vazias na capital japonesa pertence ao passado, com quase nove milhões de ingressos vendidos para os Jogos de 2024, mas o vírus não desapareceu.

Vários esportistas testaram positivo para a  covid-19 ao chegarem à França. A equipe feminina australiana de polo aquático é uma das mais afetadas, com cinco jogadoras contagiadas, confirmou a chefe da delegação, Anna Meares.

"A equipe de polo aquático está confinada. Há uma sessão de treino e se as cinco atletas se sentirem bem para treinar, vão participar", acrescentou, ressaltando que toda a equipe havia se submetido a testes.

Além disso, vários atletas belgas também testaram positivo, segundo o médico do comitê olímpico nacional, que não revelou os nomes e as modalidades afetadas.

Em consequência direta, várias delegações decidiram reforçar as medidas preventivas, como por exemplo a equipe francesa de remo, que compareceu com máscaras aos compromissos com a imprensa anteriores às provas.

O diretor técnico francês, Sébastian Vielledent, faz uma reflexão: "É preciso ter precaução, vimos o aumento de fenômenos virais porque não se deve falar apenas do que todos pensamos, a covid-19. Em uma modalidade como a nossa, de força e resistência, muito psicológica, ter um vírus pode ser uma catástrofe".

- Autoridades mantêm a calma -

Dias antes da chegada das primeiras delegações a Paris, a Volta da França foi antecipada, com o retorno das máscaras para todo o pessoal (organização, convidados, jornalistas...) "em contato com os corredores e os membros das equipes de ciclistas" antes e depois das etapas.

Vários corredores, entre eles o campeão olímpico de VTT Tom Pidcock, foram afetados pela covid-19 durante a Volta.

Pidcock abandonou a corrida, mas outros, com sintomas leves, continuaram, como o galês Geraint Thomas.

As autoridades sanitárias francesas mantêm a calma. "Não há risco de que haja muitos casos. A covid está aqui, houve um pico, leve e longe dos anos 2020-2021-2022, no fim de maio e no começo de junho, com uma desaceleração depois", ressaltou o ministro delegado da Saúde, Frédéric Valletoux, em declarações à rádio France Info na terça-feira.

Em seu boletim semanal, a Santé Publique France (agência nacional de saúde pública) admite que há indicadores virológicos "em leve aumento" nos estabelecimentos médicos, mas "estável" nos hospitais.

"Acompanhamos muito de perto com as autoridades sanitárias francesas. Não há nenhuma recomendação específica", ressaltou o presidente do comitê organizador (COJO), Tony Estanguet.

O organismo lembra que o álcool em gel está disponível em todas as sedes e na Vila Olímpica, recordando os gestos habituais preventivos - lavagem das mãos - e, em caso de suspeita, limitar os contatos.

"O coquetel de convivência favorece a transmissão do Sars-CoV-2, assim como de outros vírus respiratórios", disse em meados de junho a epidemiologista Mirce Sofonea.

A saúde pública francesa insistiu, nesta quarta-feira, nas medidas de barreira, como "usar máscaras em caso de sintomas".

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