O setor privado da Argentina demitiu cerca de 177 mil funcionários entre novembro de 2023 e abril de 2024, de acordo com um relatório do Centro de Estudos de Política Econômica (Cepa), que aponta a queda do consumo e a recessão econômica como as principais causas. 

Os números correspondem apenas ao mercado de trabalho formal de um país no qual a informalidade atinge quase 50% dos trabalhadores. 

A Argentina atravessa uma grave recessão econômica. No primeiro trimestre de 2024, o país registrou uma contração de 5,1% no PIB, com uma taxa de desemprego em 7,7%, um salto em relação aos 5,7% registrados no último trimestre de 2023. 

O setor da construção foi um dos mais atingidos, depois que o governo ultraliberal de Javier Milei suspendeu as obras públicas como parte de sua política de redução do déficit fiscal do Estado.

O Cepa informou que mais de 56% dos empregos perdidos foram no setor de construção, seguido pela indústria, com quase 43% dos desligamentos.

As demissões no setor privado se somam também às do setor público. O próprio presidente declarou que, até junho, 25 mil trabalhadores já tinham sido dispensados. 

“Vamos acabar demitindo 75 mil pessoas, já demitimos 25 mil”, declarou Milei durante um discurso para empresários. 

Desde que assumiu a presidência em 10 de dezembro do ano passado, Milei empreendeu uma reforma do Estado que envolveu dezenas de milhares de demissões em todas as áreas, algumas delas por meio da dissolução de órgãos como o Ministério da Mulher, o Instituto contra a Discriminação e a Xenofobia e a Subsecretaria contra a Violência de Gênero.

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