Um dia depois dos incidentes que marcaram a partida entre Marrocos e Argentina (vitória marroquina por 2 a 1) na primeira rodada do torneio olímpico de futebol masculino, diversos organizadores dos Jogos de Paris 2024 relativizaram e minimizaram a gravidade do episódio nesta quinta-feira (25).

"Houve a invasão de cerca de 20 espectadores, a maioria menores de idade, que não causou brigas", disse à AFP o prefeito do departamento de Loire [onde fica a cidade de Saint-Étienne, local da partida], Alexandre Rochatte.

Segundo Rochatte, a invasão tinha um caráter "alegre" e "festivo". Ninguém foi preso.

O jogo foi interrompido nos acréscimos do segundo tempo, depois que o argentino Cristian Medina marcou o que seria o gol de empate em 2 a 2, o que provocou uma invasão de campo por parte de espectadores marroquinos, forçando a entrada de agentes de segurança. Garrafas e copos também foram arremessados no gramado.

Os jogadores desceram para os vestiários e a partida foi retomada duas horas depois, após o gol de Medina ter sido anulado pelo VAR. Sem público nas arquibancadas, as duas equipes jogaram por mais três minutos até o apito final.

"Evidentemente é algo que não deveria ter acontecido", admitiu o diretor de segurança do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos, Bruno Le Ray, em entrevista nesta quinta-feira, rechaçando que o caso possa ser qualificado como "incidente de segurança".

A organização usou o mesmo tom calmo ao explicar o ocorrido: "O jogo foi suspenso por uma invasão de campo por parte de alguns espectadores. Foi possível retomá-lo depois e terminar com plena segurança. Paris 2024 está trabalhando com as partes afetadas para compreender as causas e identificar as ações inapropriadas".

O capitão do Marrocos, Achraf Hakimi, usou as redes sociais para condenar o incidente.

"Lamento a atitude de alguns torcedores durante o jogo, que manchou a imagem da nossa torcida. Um comportamento assim não cabe no futebol", comentou o jogador do Paris Saint-Germain em sua conta no X.

O técnico da Argentina, Javier Mascherano, considerou que sua equipe foi vítima de um "escândalo", enquanto o ídolo Lionel Messi, que não está no torneio, publicou em seu Instagram que o episódio foi algo "insólito".

O presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), Claudio Tapia, disse horas depois do fim do jogo que a entidade levou "uma reclamação à Comissão disciplinar da Fifa para que as medidas regulatórias pertinentes sejam tomadas" e que haja "punição" para os responsáveis pelo incidente.

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