A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) se pronunciou, nesta sexta-feira (26), contra a comercialização na União Europeia de um medicamento, aprovado pelos Estados Unidos, que reduz o declínio cognitivo em pacientes que sofrem de Alzheimer.
O efeito observado do tratamento comercializado sob o nome Leqembi "não compensa o risco de efeitos secundários graves associados ao medicamento", afirmou o órgão regulador europeu em um comunicado.
A EMA destacou, em especial, "possíveis hemorragias no cérebro de pacientes".
A doença de Alzheimer, caracterizada por problemas de memória, funções executivas e orientação no tempo e no espaço, afeta dezenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Por enquanto não há cura.
As autoridades de saúde dos EUA autorizaram o medicamento Leqembi em janeiro de 2023 para pacientes que ainda não atingiram um estágio avançado da doença.
Administrado por via intravenosa uma vez a cada quinze dias, este tratamento é desenvolvido pela farmacêutica japonesa Eisai, em colaboração com a empresa americana Biogen.
Leqembi faz parte de uma nova geração de tratamentos que ataca os depósitos de uma proteína chamada beta amiloide, que forma placas no cérebro de pacientes doentes.
Embora a causa da doença de Alzheimer permaneça pouco compreendida, os pacientes que sofrem desta doença apresentam placas amiloides no cérebro, que se formam à volta dos neurônios e acabam por destruí-los.
Isto é o que provoca a perda de memória, característica da enfermidade. Em fases posteriores, os pacientes não conseguem mais realizar tarefas diárias ou manter conversas.
Para a professora Tara Spiers-Jones, especialista em neurodegeneração da Universidade de Edimburgo, a decisão da EMA “será uma desilusão para muitos”.
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