A economia do México, a segunda maior da América Latina depois do Brasil, perdeu fôlego no segundo trimestre do ano, ao crescer 1,1% em 12 meses, um ritmo inferior ao trimestre anterior e abaixo do mesmo período de 2023.

Segundo dados preliminares divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI), a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) foi inferior ao crescimento  de 1,9% registrado entre janeiro e março e ao de 3,5% do segundo trimestre do ano passado.

"Embora a economia continue crescendo, apesar da incerteza enfrentada tanto interna quanto externamente, a desaceleração é evidente", apontou Gabriela Siller, diretora de análise do banco local BASE, em um relatório aos clientes.

Por setores, o desempenho econômico foi misto no segundo trimestre.

O setor terciário ou de serviços cresceu 1,7%, enquanto o secundário, que inclui o robusto setor industrial mexicano voltado principalmente para exportação, avançou 0,5%, detalhou o INEGI em comunicado.

Em contraste, o setor primário, que engloba agricultura, pesca e outros atividades extrativistas, sofreu uma contração de 2,2%, adicionou a instituição.

- Crescimento 'moderado' -

Na comparação trimestral, ou seja, em relação ao primeiro trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,2%.

Nessa medição, o setor terciário subiu 0,3%, enquanto  o primário teve uma queda de 1,7%, acrescentou o INEGI.

"Continuamos esperando que o crescimento da atividade econômica permaneça moderado nos próximos trimestres", indicou o departamento de estudos econômicos do Citibanamex em uma nota de análise.

Após os novos dados do PIB, o banco de capitais americanos optou por manter sua previsão de crescimento para este ano em 1,9%, enquanto o BASE ajustou seu prognóstico de 1,6% para 1,3%.

Ambas as previsões estão abaixo do consenso de 2% revelado na mais recente pesquisa entre analistas privados realizada pelo Banco de México (Banxico, banco central do país).

A economia mexicana, fortemente ligada à dos Estados Unidos, seu principal destino de exportações, contraiu 8,7% em 2020 devido à pandemia de covid-19. Desde então, tem se recuperado.

Em 2023, o PIB registrou um aumento de 3,2%. O Banxico espera que a economia cresça 2,4% este ano.

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