O movimento libanês Hezbollah anunciou nesta quarta-feira (31) a morte do seu comandante militar, Fuad Shukr, vítima de um bombardeio israelense na véspera em Beirute, um ataque que gerou temor de uma escalada do conflito no Oriente Médio.

Quase 24 horas após o bombardeio, o Hezbollah anunciou a morte "do grande líder combatente Fuad Shukr", também conhecido como "Sayyed Mohsen". O movimento xiita ressaltou que Shukr foi "um grande mártir no Caminho de Jerusalém", expressão usada pelo grupo para designar combatentes mortos por Israel.

Segundo o comunicado, o líder do Hezbollah fará um discurso amanhã no funeral de Shukr informando a posição do movimento após o bombardeio, que descreveu como "um ataque violento" e "crime grave".

Israel anunciou na noite de ontem que havia eliminado Shukr, descrito como "comandante militar de mais alta patente" do movimento xiita e "braço direito" do líder do grupo, Hassan Nasrallah.

O governo israelense responsabilizou Shukr pelo ataque com foguete que atingiu no último sábado um campo de futebol no território anexado das Colinas de Golã, matando 12 crianças. Aliado do movimento islamista palestino Hamas, o Hezbollah negou envolvimento no ataque.

- 'Golpes devastadores' -

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou hoje que seu país "desferiu golpes devastadores" em seus inimigos nos últimos dias, citando a morte de Shukr.

"Eliminamos o braço direito de Hassan Nasrallah, que era o responsável direto por um massacre de crianças", afirmou o primeiro-ministro. "Acertamos nossas contas com Mohsen e acertaremos nossas contas com qualquer pessoa que nos faça mal", acrescentou.

Após o ataque de ontem em Beirute, um bombardeio na manhã de hoje em Teerã matou o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, intensificando os temores de conflagração.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciou os dois ataques como "uma escalada perigosa, no momento em que todos os esforços deveriam levar a um cessar-fogo na Faixa de Gaza".

O Hezbollah descreveu Shukr como um dos "grandes símbolos da resistência", que continuou "a luta até o seu último suspiro". O movimento afirmou que sua morte encorajará "seus companheiros de armas a seguir em frente com determinação e coragem para preservar as vitórias e aspirações desse grande líder".

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