A polícia de Bangladesh liberou, nesta quinta-feira (1°), seis líderes do movimento estudantil que convocou em julho os protestos contra um sistema de cotas para as contratações públicas, que terminaram em distúrbios violentos, informou um agente policial à AFP. 

"Os seis coordenadores do movimento contra as cotas foram entregues esta tarde a seus familiares", declarou o delegado adjunto, Junaed Alam Sarkar. 

O movimento Students Against Discrimination (Estudantes contra a Discriminação) convocou os protestos que sacodem o país desde 1º de julho. 

As manifestações começaram contra as cotas de contratação para cargos públicos e foram se transformando nos piores distúrbios desde que a primeira-ministra Sheikh Hasina chegou ao poder há 15 anos. 

Os confrontos entre manifestantes e forças de segurança deixaram até agora 206 mortos nesse país do sudeste asiático, segundo um balanço da AFP baseado em dados da polícia e dos hospitais. 

A polícia prendeu os principais membros do movimento estudantil na semana passada, entre eles o dirigente Nahid Islam. 

Em 26 de julho, investigadores à paisana levaram à força Islam e outros dois líderes de um hospital onde estavam sendo tratados em Daca, a capital. Ambos foram levados para um lugar desconhecido. 

O pai de Islam, Badrul, declarou à AFP que Nahid voltou para casa na quinta à tarde. Outras três pessoas foram presas nos dias seguintes, e o governo declarou que isso havia sido feito por sua própria segurança. 

O ministro da Justiça, Anisul Huq, disse à AFP nesta quinta-feira que as seis pessoas se ofereceram para serem detidas pela polícia. "Elas vieram aqui por vontade própria e saíram por vontade própria", disse ele.

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