Por que Brasil se absteve em resolução da OEA sobre eleição na Venezuela -  (crédito: BBC Geral)

Resultado da eleição venezuelana está sendo contestado pelos opositores de Nicolás Maduro

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O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela - de viés governista - convocou, nesta quinta-feira (1º/8), o comparecimento dos candidatos nas eleições presidenciais, tachadas de fraudulentas pela oposição, após aceitar um recurso do proclamado vencedor Nicolás Maduro para certificar o processo.

 

A Sala Eleitoral do TSJ convocou Maduro e seu principal adversário, Edmundo González Urrutia, a quem o mandatário ameaçou de prisão ao acusá-lo de liderar um golpe de Estado junto com a líder opositora María Corina Machado.

 

Outros oito candidatos minoritários também foram chamados. "Estarei lá, espero que todos os candidatos compareçam", afirmou Maduro em um ato público.

 

 

A presidente do TSJ, Caryslia Rodríguez, informou a decisão da sala de aceitar o recurso de amparo apresentado na quarta-feira por Maduro e iniciar "o processo de investigação e verificação para certificar de maneira irrestrita os resultados do processo eleitoral".

 

O comparecimento está marcado para esta sexta-feira (2/8), às 14h, no horário local (15h em Brasília). "Esta Sala Eleitoral [...] assume o compromisso com a paz, a democracia e a busca pela ordem constitucional [...], garantindo que a vontade das eleitoras e eleitores receba uma efetiva e oportuna tutela judicial", acrescentou.

 

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), também de linha governista, proclamou Maduro reeleito para um terceiro mandato de seis anos, com 51% dos votos contra 44% de González Urrutia, que passou a representar a principal aliança opositora, Plataforma Unitária, após a inabilitação política da ex-deputada María Corina Machado.

 

A oposição afirma que possui cópias de mais de 80% das atas de urna e que González Urrutia somava 67% dos votos.

 

 

Na última segunda-feira ocorreram protestos que terminaram com pelo menos 11 mortos, segundo organizações de defesa dos direitos humanos. A oposição, por sua vez, estima um saldo de 20 mortos.

 

Em artigo de opinião publicado nesta quinta pelo Wall Street Journal, María Corina disse que está na clandestinidade e temia por sua vida e liberdade, depois de Maduro pedir prisão para ela e González Urrutia.

 

"Vocês têm as mãos manchadas de sangue", declarou na quarta-feira o governante chavista ao se referir a seus adversários. Maduro os acusa de promoverem um "golpe de Estado" com suas acusações de fraude. "Devem estar atrás das grades", acrescentou.