Com cantos e orações, centenas de venezuelanos protestaram neste sábado (3) em Bogotá contra a reeleição de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais em seu país, de onde quase três milhões de migrantes fugiram para a Colômbia.
"Quero voltar para meu país, quero voltar para casa. Sinto frustração, mas, longe disso, também tenho fé", disse Maudie Lopez, 43 anos, à AFP, quase chorando.
A Colômbia é o principal destino do êxodo de migrantes venezuelanos, que fogem da crise econômica e política e culpam os governos de Maduro (desde 2013) e de seu antecessor, Hugo Chávez (2002-2013).
Os manifestantes se reuniram na Plaza Bolívar com bandeiras tricolores, faixas de "abaixo à ditadura" e gritos de "liberdade, liberdade". Eles também cantaram o hino nacional e rezaram por mudanças.
"Maduro deveria entregar (o poder) e ir embora, é a melhor coisa, não queremos violência, só queremos que ele vá embora, só queremos paz", continuou López, que trabalha em um ateliê.
Em meio ao protesto, a voz da líder da oposição María Corina Machado foi ouvida nos alto-falantes. A mensagem, vinda de uma manifestação em Caracas, entusiasmou as pessoas reunidas em Bogotá. A oposição defende a vitória de Edmundo González Urrutia nas eleições presidenciais e denuncia fraudes.
Na Venezuela, os protestos continuaram neste sábado, com milhares de manifestantes e a aparição surpresa de Machado, que havia sido vista em público pela última vez na terça-feira. A líder da oposição saiu do esconderijo devido a ameaças de morte e liderou o protesto em Caracas.
Em cima de um caminhão e vestida com uma camiseta branca, ela transmitiu a mensagem ouvida em Bogotá: "Nunca estivemos tão fortes!".
Os Estados Unidos e vários países latino-americanos reconheceram a vitória de González Urrutia, em meio à pressão por uma eleição transparente.
Os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do México, Andrés Manuel López Obrador, estão pressionando por um acordo político na Venezuela.
"Nunca estivemos em um momento como este, onde realmente há unidade (...) é por isso que acho que definitivamente conseguiremos sair deste governo", diz Claudia Fernández, 45 anos, gerente financeira em Bogotá.
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