Milhares de manifestantes bengaleses que exigem a renúncia da primeira-ministra Sheikh Hasina enfrentaram neste domingo (4) simpatizantes do governo e pelo menos 24 pessoas morreram nos confrontos, que incluíram pedaços de pau, facas e armas de fogo.

O que começou em julho como protestos contra as cotas politizadas de admissão para cargos públicos em Bangladesh transformou-se nos piores distúrbios enfrentados por Hasina em 15 anos de poder.

As tropas restabeleceram a ordem por alguns dias, mas a multidão retornou às ruas em grande número em agosto, um movimento que pretende paralisar o governo.

Os confrontos com as forças de segurança deixaram pelo menos 230 mortos no país de 170 milhões de habitantes.

Milhares de pessoas lotaram neste domingo a praça Shahbagh, no centro da capital Daca, e foram registrados confrontos nas ruas em diversos pontos da cidade, assim como em outras localidades do país, informou a polícia.

"Houve confrontos entre estudantes e homens do partido governista", declarou à AFP o chefe polícia Al Helal. Outro policial, que pediu para não ser identificado, declarou que Daca virou um "campo de batalha".

Sheikh Hasina, de 76 anos, governa o país desde 2009 e venceu as eleições pela quarta vez consecutiva em janeiro, uma votação que não teve uma oposição real.

Grupos de defesa dos direitos humanos acusam o governo de utilizar indevidamente as instituições do Estado para permanecer no poder e acabar com a oposição, inclusive por meio de execuções extrajudiciais.

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