Um autoridade da agência espacial russa, Roscosmos, quantificou em 180 bilhões de rublos [cerca de dois bilhões de dólares ou 12 bilhões de reais] as consequências da ruptura com o Ocidente após a ofensiva do Kremlin na Ucrânia. 

"A rejeição de contratos por parte dos Estados hostis custou 180 bilhões de rublos a Roscosmos", declarou o primeiro diretor-geral adjunto da agência, Andrei Elchaninov, citado pela agência de notícias Interfax. 

As potências ocidentais encerraram sua parceria com a Roscosmos no marco das sanções impostas contra Moscou após a ofensiva militar russa na Ucrânia em fevereiro de 2022. 

A Agência Espacial Europeia (ESA), por exemplo, encerrou sua cooperação com a Rússia na missão conjunta de exploração de Marte ExoMars. 

A Roscosmos, por sua vez, suspendeu os lançamentos espaciais de foguetes Soyuz a partir do porto espacial de Kourou, localizado na Guiana Francesa. 

A agência russa agora tem a intenção de compensar esse déficit recorrendo a países do sudeste asiático, África e Oriente Médio, disse Elchaninov em sua entrevista à Interfax. 

"Quanto ao retorno ao volume de exportações anterior às sanções, estamos nos fixando nesse objetivo", disse. 

"Mas esse é um trabalho a longo prazo, como em todos os novos mercados onde a concorrência é forte. Mas se os penetramos corretamente, as perspectivas são muito boas", acrescentou. 

Há vários anos, o setor espacial russo passa por dificuldades devido a problemas de financiamento, escândalos de corrupção e fracassos como a perda da sonda lunar Luna-25 em agosto de 2023. 

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