A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou, nesta segunda-feira (5), o assassinato do jornalista mexicano Alejandro Martínez, ainda que o mesmo tenha estado sob proteção do Estado, e denunciou a "incapacidade" das autoridades de colocar um fim a estes crimes.
A RSF recordou que além de Martínez, pelo menos oito jornalistas foram assassinados no México nos últimos anos, apesar de estarem "sob proteção do Estado".
"Há muitos fatores, mas a incapacidade do Estado de acabar com a impunidade destes crimes é uma questão crucial", afirmou em comunicado.
Martínez, que estava sob proteção após ter sobrevivido a um atentado em 2022, foi baleado por pessoas não identificadas no domingo em Celaya, no estado de Guanajuato (centro), cidade atingida pela violência do tráfico de drogas.
O ataque ocorreu quando o repórter, que administrava uma popular página de notícias nas redes sociais, se deslocava em um automóvel com seus seguranças após uma cobertura jornalística.
"A violência contra jornalistas no México continua sem parelelo", indicou a RSF, ressaltando que o caso de Martínez "ilustra esta tendência sangrenta" e que a liberdade de imprensa no país continuará "se corroendo" enquanto os comunicadores não estiverem seguros.
Desde os anos 2000, cerca de 150 jornalistas foram assassinados e 28 estão desaparecidos no México, segundo a RSF, tornando o país um dos mais perigosos do mundo para a imprensa.
A ONG denunciou anteriormente que o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, "não realizou as reformas e ações necessárias para frear a espiral de violência contra a imprensa", alvo de duras críticas do chefe de Estado que deixa o cargo em 1º de outubro.
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