Dançar, experimentar comidas locais, receber os atletas: as Casas das Nações em Paris buscam atrair turistas e fortalecer parcerias comerciais através dos Jogos Olímpicos.
"Desde 2004, as casas sempre têm sido plataformas de comunicação da Suíça no país anfitrião dos Jogos", explica à AFP Alexandre Edelmann, embaixador e diretor da Presença Suíça.
A Casa da Suíça está localizada na embaixada de seu país, uma palacete do século XVIII situado a poucos passos do Palácio dos Inválidos, um dos monumentos mais emblemáticos de Paris.
Segundo Edelmann, foi "construída e programada" para mostrar a Suíça aos franceses, com o objetivo de "desenvolver ainda mais o turismo francês" na Suíça. Dos visitantes, 50% são franceses, 30% suíços e 20% de outras partes do mundo.
Os Jogos Olímpicos são "um acelerador" da comunicação, segundo o diplomata.
Foram investidos 4 milhões de francos suíços (cerca de 4 milhões de euros ou 25,2 milhões de reais na cotação atual) na Casa da Suíça, dois terços financiados pelo Governo do país e um terço por parceiros como as marcas de relógios Omega e Swatch, entre outras.
Após os Jogos do Rio-2016, "houve um aumento bastante significativo das buscas pela Suíça no Google no Brasil", de cerca de +50%, +60%, e as companhias aéreas que fazem a ponte entre os dois países "têm sentido um aumento no vendas", afirmou Edelmann.
Em La Villette, ao norte de Paris, onde está instalada a "Vila das Nações", com 14 países, a Casa Brasil, que pode receber 4.000 visitantes por dia, está lotada até o final dos Jogos.
Tal como na Suíça, a entrada na Casa Brasil é gratuita, ao contrário da Casa dos Estados Unidos (que custa mais de 300 euros ou 1.895 reais) ou do Clube França (5 euros ou 32 reais), mas os ingressos devem ser reservados com antecedência.
Ao lado do filho Louka, de 15 anos, Cécile Jobin, de 46, se diverte na quadra de vôlei de praia montada na casa da torcida brasileira.
- "Mais do que uma praia, somos um país"
Música brasileira, açaí, atrações infantis: "dá vontade" de ir para o Brasil, diz Jobin.
Incentivar as pessoas a visitarem o país é o objetivo da Embratur, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo, que junto com outros parceiros, como a cidade de São Paulo, investiu 18 milhões de reais na Casa Brasil, em um espaço de 5.000 m² em La Villette.
"Estamos mostrando o Brasil, promovendo-o para atrair mais visitantes" em um país no qual o turismo representa 8% do PIB, explicou à AFP a diretora de projetos da Embratur, Marina Arruda, mostrando os diferentes módulos que apresentam de forma bastante original as diversas regiões brasileiras.
A Jamaica optou, por sua vez, por se estabelecer longe do Parque das Nações, mas perto do Stade de France, onde são realizadas as provas de atletismo.
"A Jamaica é muito forte no atletismo nos Jogos Olímpicos. É um bom argumento de venda para nós, em vez de apenas pagar pela publicidade e marketing na França", diz Gregory Shervington, diretor regional para a Europa continental do Conselho de Turismo da Jamaica.
A culinária e os produtos locais também são apresentados na casa jamaicana. "Mostramos que somos mais do que uma praia. Somos um país", acrescenta ele.
Além de atrair novos turistas, os Jogos Olímpicos, que reúnem visitantes de todo o mundo, também proporcionam a oportunidade de estabelecer contatos comerciais nas salas VIP das "casas".
"Os Jogos de Londres-2012 foram uma grande oportunidade para a Jamaica aumentar seu número de parceiros comerciais", diz Shervington, que já mantém contato com brasileiros e interessados da Nova Zelândia em Paris.
Com eventos de promoção da economia, visitas de líderes políticos e clientes de empresas associadas, a Casa da Suíça é "uma plataforma diplomática que se estende à economia e às relações bilaterais", resume Alexandre Edelmann ao definir a missão destas "casas" no Jogos.
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