A Companhia Nacional de Petróleo da Líbia (NOC) anunciou nesta terça-feira (6) a suspensão "parcial" da produção petrolífera em um dos campos mais importantes do país, explorado pelas empresas espanholas Repsol e a francesa Total, após protestos no local.

A NOC (na sigla em inglês) anunciou o "início de uma redução da produção no campo de Al Sharara devido a um caso de força maior na sequência de uma manifestação organizada pelo Movimento Fezzan", um grupo desta região do sul da Líbia, informou a empresa em comunicado nesta terça-feira. 

O "estado de força maior" é invocado em circunstâncias excepcionais e permite que a CON se isente da responsabilidade no caso de um descumprimento dos contratos de entrega de petróleo. 

Localizada a cerca de 900 quilômetros a sul da capital Trípoli, Al Sharara produz 315.000 barris por dia, em uma produção nacional de mais de 1,2 milhão, em comparação aos 1,5 e 1,6 milhão antes da revolução de 2011.

O campo é o principal fornecedor da refinaria de Zauia, no nordeste, que fornece combustível ao mercado local. 

A Al Sharara é administrada pela Akakus, uma empresa conjunta entre a NOC, a espanhola Repsol, a francesa Total, a austríaca OMV e a norueguesa Statoil. 

Os bloqueios de campos de petróleo e gás têm sido frequentes nos últimos anos na Líbia, associados a exigências sociais, ameaças à segurança ou disputas políticas.

O CON não especificou as exigências dos manifestantes, mas fez um apelo para que as partes envolvidas apoiem seus esforços para "estabilizar e aumentar a produção".

Na segunda-feira (5), uma dezena de pessoas protestou em frente à entrada do local, apresentando-se como o "Movimento Fezán", que defende projetos de desenvolvimento, empregos e proteção ambiental, segundo um vídeo divulgado pela imprensa local.

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