A presidência da Tunísia anunciou nesta quarta-feira (7), sem dar explicações, a demissão do primeiro-ministro nomeado há um ano, Ahmed Hachani, e sua substituição pelo ministro dos Assuntos Sociais, Kamel Madouri.

Hachani havia assumido o cargo em 1º de agosto do ano passado, em substituição a Najla Bouden, também destituída sem explicações pelo presidente Kais Saied, que detém todos os poderes na Tunísia desde julho de 2021.

Eleito democraticamente em outubro de 2019, Saied atribuiu a si mesmo todos os poderes há três anos, ao destituir o primeiro-ministro da época e suspender e depois dissolver o Parlamento.

Um ano depois, reformou a Constituição para instaurar um regime hiperpresidencialista e permitiu a formação de um novo Parlamento com poderes muito limitados.

Recentemente, anunciou que buscará um segundo mandato nas eleições presidenciais que ocorrerão em 6 de outubro.

Durante anos, este país do Magrebe se apresentou como exemplo bem-sucedido da "Primavera Árabe", o levante popular contra os regimes autoritários na região, que na Tunísia pôs fim em 2011 a 23 anos de ditadura de Zine El Abidine Ben Ali.

No entanto, o golpe de força do presidente Saied em 2021 tem levado a um retrocesso das liberdades, denunciaram ativistas e analistas externos.

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