A empresa FTX, que já foi a segunda maior plataforma de troca de criptomoedas do mundo até sua falência no final de 2022, e sua subsidiária de investimentos Alameda, terão que pagar até US$ 12,7 bilhões (R$ 71,3 bilhões) aos antigos clientes, anunciou nesta quinta-feira (8) a autoridade reguladora do mercado financeiro dos Estados Unidos (CFTC).
Um tribunal federal de Nova York ordenou que ambas as empresas reembolsem US$ 8,7 bilhões (R$ 48,8 bilhões) aos ex-clientes, além de US$ 4 bilhões (R$ 22,4 bilhões) adicionais "para compensar as vítimas pelas perdas causadas pela fraude em massa orquestrada por Samuel Bankman-Fried ['SBF']", o fundador da plataforma.
Segundo a CFTC, a FTX e a Alameda fizeram "declarações falsas a seus clientes e cometeram omissões".
A decisão encerrou um processo contra a FTX, mas os julgamentos iniciados contra quatro ex-diretores da empresa, incluindo "SBF", continuarão.
Sam Bankman-Fried, cofundador e diretor executivo da FTX, foi condenado em 28 de março a 25 anos de prisão. O reembolso determinado pela justiça na época foi de US$ 11 bilhões (R$ 61,8 bilhões na cotação atual), referente a um dos maiores esquemas de fraude financeira da história recente. Bankman-Fried apelou da sentença.
Considerado um guru em decadência das criptomoedas, ele foi declarado culpado por um júri em novembro dos sete crimes que lhe foram imputados durante um julgamento ao final do qual o promotor de Nova York, Damian Williams, pediu uma pena de 40 a 50 anos de reclusão.
"SBF" utilizou, sem consentimento, os ativos dos clientes de sua plataforma para realizar transações arriscadas através de sua empresa irmã Alameda, com o objetivo de comprar imóveis ou fazer doações políticas.
A FTX entrou em colapso em novembro de 2022 após uma retirada maciça de fundos. No momento da falência, faltavam cerca de US$ 9 bilhões (R$ 50,5 bilhões).
Em maio, os liquidadores indicaram que esperavam que as somas recuperadas de uma "gama muito diversa de ativos" em posse da FTX e da Alameda ao redor do mundo atingissem entre US$ 14,5 e US$ 16,3 bilhões (entre R$ 81,4 e 91,5 bilhões).
Eles explicaram que, graças a esse dinheiro, todos os credores não governamentais seriam reembolsados integralmente pelas somas aportadas e que 98% dos credores com valores de até 50 mil dólares (R$ 280 mil) receberiam aproximadamente 118% — incluindo os juros — desse valor estabelecido pela justiça.
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