O Paraguai pediu, nesta quinta-feira (8), que os Estados Unidos acelerem a saída de seu embaixador em Assunção, Marc Ostfield, que anunciou na terça sanções do Tesouro americano contra uma empresa de tabaco que era de propriedade do ex-presidente paraguaio Horacio Cartes (2013-2018).
"Recebemos com desagrado a midiatização e politização das sanções administrativas [contra a Tabacalera del Este SA]. Por isso estamos solicitando ao Governo americano para acelerar o processo de saída do embaixador [Ostfield] e assim evitar que a perda de confiança em relação a uma pessoa prejudique a relação que mantemos historicamente", diz comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores paraguaio.
O embaixador foi convocado pelo chanceler Rubén Ramírez para comparecer a seu gabinete na sede do ministério na manhã desta quinta.
O diplomata americano deu explicações sobre as sanções do Departamento do Tesouro contra uma companhia de tabaco que repassou dinheiro ao ex-presidente Cartes, declarado "significativamente corrupto" pelo Departamento de Estado americano em 2022.
Em janeiro de 2023, o Tesouro ordenou que ele se desfizesse de suas empresas exportadoras ligadas ao mercado dos Estados Unidos, entre elas a Tabacalera del Este, presente em 17 estados americanos.
"O chanceler defende muito bem os interesses e a posição do Paraguai no mundo", disse Ostfield a jornalistas pouco depois de sair do gabinete, onde conversou com o ministro por uma hora.
"Qualquer pessoa e qualquer empresa que ajude materialmente, patrocine ou proporcione apoio financeiro, material ou tecnológico a uma pessoa sancionada como Horacio Cartes corre o risco de ser sancionada", advertiu Ostfield.
A empresa nega manter vínculos com Cartes. "Ele deixou de ser acionista. Isso [a sanção] me faz supor que há motivação comercial para retirar a Tabacalera del Este do mercado", disse na terça-feira o titular da empresa, José Ortíz, em declarações à imprensa.
A sanção significa que a empresa não poderá mais realizar transações em dólares para exportar para os Estados Unidos.
Ostfield reiterou nesta quinta-feira que as novas sanções "servem para proteger nosso sistema financeiro e evitar sua utilização para facilitar a corrupção".
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