O Comitê Olímpico Internacional (COI) vai decidir em 2025 se incluirá o boxe na programação dos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028, cuja condição é encontrar uma federação internacional para organizá-lo, confirmou nesta sexta-feira (9) o presidente da entidade, Thomas Bach.
"Nossa posição é muito clara: o COI não organizará o boxe em Los Angeles sem um parceiro confiável", insistiu o dirigente alemão em sua última aparição na imprensa nos Jogos de Paris-2024.
Bach anunciou que a decisão final de manter ou retirar o boxe do quadro olímpico será tomada "no ano que vem", idealmente no primeiro semestre, sem dar mais detalhes.
O boxe estreou nos Jogos modernos em St. Louis-1904 e continuou desde então, com a única exceção de 1912, em Estocolmo, já que as leis suecas proibiam esse esporte.
Porém, nos Jogos de Tóquio-2020, o COI assumiu a organização da competição após retirar essa responsabilidade da Associação Internacional de Boxe (IBA) em 2019.
O COI designou um grupo de trabalho responsável pelos torneios de Tóquio em 2021 e pelos de Paris-2024.
Dirigida desde o final de 2020 pelo russo Umar Kremlev, e financiada em grande parte pela gigante do gás Gazprom, a IBA perdeu definitivamente o reconhecimento olímpico no ano passado.
O conflito entre as duas partes atingiu seu ápice em Paris devido à polêmica que envolveu duas boxeadoras, a argelina Imane Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting, que haviam sido desclassificadas pela IBA do Mundial Feminino de 2023 por não serem aprovadas num teste de elegibilidade de gênero cujos detalhes não foram divulgados.
Nesta sexta-feira, Bach voltou a insistir que estas duas boxeadoras "são mulheres" e deveriam ter o direito de participar de competições femininas.
Lançada no ano passado por iniciativa dos Estados Unidos, a organização Mundial de Boxe iniciou em maio negociações com o COI para assumir a organização do boxe olímpico, mas até agora tem enfrentado dificuldades para seduzir um número significativo de federações nacionais, às quais a IBA oferece maiores garantias financeiras.
"Se as federações nacionais querem que seus atletas ganhem medalhas olímpicas, devem se organizar em torno de uma federação internacional confiável e bem administrada", advertiu Bach nesta sexta-feira.
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