Os Jogos Olímpicos de Paris-2024 fecham as cortinas neste domingo (11) e passam o bastão a Los Angeles, que com suas praias, montanhas e cinema certamente estará à altura de um evento que terá o sarrafo elevado depois da edição francesa.

Depois de Londres (1908, 1948, 2012) e Paris (1900, 1924, 2024), Los Angeles se tornará a terceira cidade a sediar três vezes os Jogos Olímpicos de verão, depois das edições de 1932 e 1984. O próximo evento está agendado para 14 a 30 de julho de 2028. 

O Coliseum da cidade californiana será a conexão entre todas as épocas. Esse estádio abrirá o evento, como em 1932 e 1984, e será o local das provas de atletismo, que como novidade serão realizadas na primeira parte dos Jogos Olímpicos. 

Com esta mudança no programa, o Estádio de SoFi dos Rams e dos Chargers (times de futebol americano) terá tempo para se tornar o "Estádio de Inglewood", uma enorme arena de esportes aquáticos (para 38.000 espectadores), onde Katie Ledecky e Leon Marchand poderão aumentar sua glória olímpica. 

Mas será que Los Angeles conseguirá competir com as imagens de cartão-postal de Paris com os seus monumentos mundialmente conhecidos? A missão não será fácil, mas na cidade do cinema e da indústria audiovisual certamente não faltarão ideias.

"Boa sorte, Los Angeles, se quiser fazer melhor que Paris", escreveu a revista americana Sports Illustrated, que estima que a cidade americana "perdeu" essa disputa de antemão.

"Como uma cidade pode competir contra Paris? Los Angeles poderia sediar a natação na piscina de Beyoncé e Jay-Z e ainda assim não estaria à altura", disse a revista.

- "Ambiente magnífico" -

"Serão os Jogos próprios de Los Angeles e da Califórnia", garantiu à AFP o chefe da organização "LA28", Casey Wasserman, antes dos Jogos de Paris.

"Não temos a Torre Eiffel, mas temos as letras de Hollywood. Temos locais de competição incríveis e um ambiente magnífico", acrescentou Wasserman em coletiva de imprensa no sábado. 

A pressão será forte para Los Angeles, 11 anos depois de ter sido designada a cidade anfitriã, ao mesmo tempo que Paris.

A capital do cinema certamente tentará aproveitar ao máximo a aura de suas estrelas para criar um grande espetáculo. O rapper americano Snoop Dogg, comentarista da NBC e "mascote extraoficial" dos Jogos de Paris para as redes sociais, percorreu os locais de competição da capital francesa e conseguiu ter um gostinho do que o espera em 2028 com outros grandes nomes do cinema e da música.

- "Jogos sem carros" -

Em termos de organização, Los Angeles já tem grandes desafios pela frente. O principal parece ser o transporte. 

A prefeita, Karen Bass, prometeu no sábado em Paris que buscará realizar "Jogos sem carros", uma fórmula que pode agradar a quem conhece Los Angeles, cidade onde os veículos pessoais são a norma e os engarrafamentos desperdiçam muito tempo dos seus habitantes em suas rodovias, que ligam os pontos de uma cidade gigantesca.

"Esses Jogos sem carros significarão que o transporte público terá que ser usado para chegar a todos os locais", disse Bass. Por "transportes públicos" deve-se entender os ônibus coletivos, para compensar uma rede de metrô composta por cinco linhas e meia, que cobre eventuais deslocamentos de forma reduzida.

A prefeita indicou ainda que o objetivo é "realojar" e "retirar das ruas" as pessoas em situação de rua, cujo número é estimado em 75.500 em Los Angeles, cidade onde a inflação e o custo do mercado imobiliário também representam um obstáculo impossível para alguns setores da população. 

No plano esportivo, o 'breaking' sai da programação após sua estreia em Paris-2024, enquanto cinco esportes serão incluídos como novidade em relação aos dos Jogos Olímpicos que acabam neste domingo: beisebol/softbol, críquete, squash, flag football (ou futebol americano sem contato) e lacrosse, um esporte coletivo derivado das culturas ameríndias.

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