O bilionário Elon Musk e o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, conversaram na rede social X sobre imigração ilegal, comparada a um "apocalipse zumbi", e o trabalho do presidente democrata Joe Biden, em um diálogo que começou com atraso devido a um ataque cibernético "em massa" contra a plataforma.

O que havia sido anunciado como uma conversa "sem limites" começou com mais de meia hora de atraso, e vários usuários não conseguiram ouvi-la ao vivo, criando uma situação embaraçosa para os dois magnatas.

Musk atribuiu o problema a um "ataque DDOS em massa", um tipo de ataque cibernético conhecido como de negação de serviço, desenhado para sobrecarregar os servidores de uma empresa e derrubar um site.

O diálogo começou pouco depois das 20H30 locais. Vinte minutos depois, o chat tinha mais de um milhão de participantes na conta de Trump no X.

"Este ataque em massa ilustra a oposição de muitas pessoas a simplesmente ouvir o que o presidente Trump tem a dizer", disse Musk.

Em seu diálogo com Musk, Trump criticou a imigração ilegal e voltou a prometer "a maior deportação da história" dos Estados Unidos, em meio a alegações falsas de que o grande fluxo de migrantes durante a administração Biden aumentou os índices de criminalidade.

O republicano também aproveitou a entrevista para especular sobre um sistema de defesa antimísseis baseado em um sistema parecido ao utilizado atualmente por Israel.

A mudança climática também foi abordada na conversa entre os bilionários. 

"A maior ameaça não é o aquecimento global, onde o oceano vai subir um oitavo de polegada nos próximos 400 anos", disse Trump.

"A maior ameaça é o aquecimento nuclear, porque temos cinco países agora que têm poder nuclear significativo, e não podemos permitir que nada aconteça com pessoas estúpidas como Biden".

- Retorno ao X -

O ex-presidente foi banido do Twitter depois que milhares de apoiadores do republicano invadiram o Capitólio dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, mas Musk reativou a conta de Trump após comprar a plataforma e mudar seu nome para X.

Até agora, Trump não havia assumido o controle de seu antigo canal de comunicação favorito e continuava utilizando sua própria plataforma, Truth Social, para as publicações diárias.

Porém, uma enxurrada de mensagens divulgadas na segunda-feira, entre vídeos de campanha e a promoção da entrevista, sinalizou o retorno ao X de Trump, que busca fortalecer sua campanha desde a entrada da democrata Kamala Harris na disputa, após a desistência de Biden.

Elon Musk, que já foi eleitor do Partido Democrata, declarou publicamente apoio a Trump desde a tentativa de assassinato do ex-presidente durante um comício, no mês passado. 

Considerado pela revista Forbes a pessoa mais rica do mundo, o dono do X emergiu como uma voz importante na política americana, mas é acusado de transformar a plataforma em um amplificador das teorias da conspiração da direita.

O magnata é um dos críticos mais ferrenhos dos democratas e aproveita seus mais de 194 milhões de seguidores no X para atacar os esforços liberais para promover a diversidade e inclusão, além de criticar a gestão da fronteira com o México pela Casa Branca.

Horas antes da entrevista de segunda-feira, o comissário europeu de Assuntos Digitais, Thierry Breton, enviou uma carta a Musk para lembrá-lo de suas obrigações de moderação. O magnata respondeu com um meme ofensivo.

A União Europeia "deveria cuidar de seus próprios assuntos, e não tentar interferir nas eleições presidenciais americanas", declarou Steven Cheung, porta-voz de Trump.

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